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Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Basicamente não se pode ser básico

29.07.20, Lástima

Esta semana venho em forma de protesto. Okay, não é por uma causa importante como a igualdade dos Direitos Humanos, mas é um problema de primeiro mundo que quero debater contigo: qual é o mal em ser básico? 

Eu percebo que todos querem ser a ovelha-mestre do rebanho, mas é assim tão mau gostar de ir ao Starbucks ou das malas da Bimba y Lola? É assim tão problemático ter o roupeiro cheio de peças da Bershka e andar com um grupo de amigas que são só réplicas umas das outras? Claro que pode ser irritante ter de lidar constantemente com pessoas que pensam ser super únicas e diferentes do resto quando, na verdade, se compararmos os Lomotifs das saídas à noite com o "Te Bote" como música de fundo, não vemos grande diferença. Mas há coisas piores.

E o que é pior? As alternas que fazem bullying às básicas no Twitter. (Eu sou um bocado burra neste aspeto porque, para mim, tudo o que não é básico é alterno). A cena que me irrita é que, apesar de o estilo das alternas ser mais marcante e, confesso, bonito, também faz parte de um rótulo que um determinado conjunto de pessoas segue. De certa forma (e o que eu vou dizer é polémico), as alternas também são básicas, mas em tons coloridos em vez de variações de branco e bege.

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Não é fácil inserirmo-nos num rótulo. E no que toca ao estilo também não. Mas não podemos ser mauzinhos com alguém só porque usa o típico conjunto t-shirt branca/brallete de renda/calças de ganga/ténis brancos. O que podemos fazer é gozar com todos os estilos de roupa porque dá para fazer muitos mais memes.

Achavas que vinha tomar uma postura toda intervencionista, não achavas? Ah pois, o que eu quero na verdade é que consigamos gozar com toda a gente (incluindo nós mesmos) e levar as coisas com leveza. Há demasiado mal no mundo para levarmos a nossa roupa a sério. Cada um tem o seu estilo (gosto de chamar o meu de "wannabe-fashionista-forreta-que-só-tem-as-coisas-da-moda-quando-estão-em-promoção") e, da mesma forma que haverá quem goste e quem não goste, também haverá pessoal que vai fazer piadas e isso é na boa - desde que não parta para as ofensas pessoais, claro.

No fundo, o que importa a sério é que nos sintamos bem - os cães podem ladrar, mas a caravana passa. Por isso, queria só deixar aqui uma mensagem de pseudo-positividade. Nunca é bom sentirmos que nos estão a criticar, mas a melhor arma que temos como nosso trunfo é saber rir de nós próprios.

Só para terminar isto, deixo-te uma pergunta: estás de que lado? "Team Básicas", "Team Alternas" ou "Team de pessoas que só existem e nem querem saber deste assunto"? Dá-me a tua opinião nos comentários ou no nosso Instagram.

Ala dos encalhados

22.07.20, Lástima

Ah, o amor... Aquela coisa tão boa que nos deixa nas nuvens. Que torna os nossos dias mais brilhantes e nos deixam com um sorriso de orelha a orelha. Que põe os pássaros a cantar e torna a relva mais verde. Que tira o mau humor no trânsito e move fronteiras. Esse mesmo, o belo do amor! Quer dizer, se for correspondido. 

E é sobre isso que eu quero falar hoje: amores não correspondidos. Mas não é dos que nos deixam completamente destroçados. É daquelas tentativas de amor - ou interesse, se preferires chamar assim - que não dão certo porque ou tu ou a outra pessoa não têm lábia. Eu confesso: não tenho paleio no que toca aos flirts. E isso, como podes calcular, dificulta imenso quando alguém dá slide nas minhas DM's.  

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Se tu fores como eu e quiseres ganhar inspiração sobre como meter conversa com alguém, apresento-te a minha lista de "sins" e "nãos" no campo amoroso. (Nota importante: eu gosto de parvoeira, pelo que esta lista vai refletir isso mesmo).

SIM

Para mim, a melhor forma de conquistar o coração de alguém é pelo sentido de humor misturado com tosquice. Chama-me parola à vontade, mas eu adoro pick-up lines. E quanto mais foleiras, melhor. Não sei bem explicar o porquê, mas há uma magia que paira no ar quando leio estas frases bregas. Repara nestes exemplos que te podem servir de inspiração: são de génio, não são?

"O teu coração é um peixe? (...) É que quero robalo."

"Sabes-me dizer quanto pesa um urso polar? (...) O suficiente para quebrar o gelo."

Outra abordagem que podes adotar é a da fofura - ninguém resiste a animais bebés. E não te podes esquecer do elemento "surpresa" (acredita, faz toda a diferença). Uma vez tive um rapaz que me enviou uma fotografia acompanhada da mensagem "Ele gostava muito de jantar contigo". A minha mente preversa pensava que ia receber uma fotografia não solicitada (daquela coisa privada que a maioria das raparigas não quer ver), mas quis arriscar e saber o que era na mesma. Podia ter tido um desfecho traumático mas, felizmente, era a foto de um gatinho bebé numa mesa de jantar a fingir que ia ter um encontro comigo! Fiquei derretida - só não completamente porque sou uma dog person e a inexistência de cachorros naquela conversa apagou a chama que poderia vir dali.

NÃO

Lástima que se preze tem de ter histórias ridículas no campo do amor. E é óbvio que têm de vir parar a esta parte da lista. Não sei o que dizem os meus olhos (o Daniel Oliveira ainda não me chegou a perguntar), mas uma coisa eu aconselho: não mos comparem aos dos vossos parentes idosos. Pode nem ser uma coisa mal intencionada, mas quando um rapaz com quem eu nunca tinha estado ao vivo me diz que os meus olhos o relembram a sua avó eu fiquei constrangida. É estranho. E acho que nenhuma rapariga gosta de sentir que tem olhos de velha.

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O último conselho que te dou é crucial para que as tuas conversas não se tornem mais constrangedoras do que podem vir a ser: arranja qualquer mecanismo que te ajude a não esquecer os papos que já tiveste. Nem que seja uma lista no bloco de notas do teu telefone... Pode parecer um bocado estranho, mas receber uma mensagem de alguém que já tentou a sua sorte, falhou, e tentou outra vez com zero noção de que já tinham falado é ainda mais. Falo por experiência própria.

No meu primeiro ano de faculdade, um rapaz meteu conversa comigo no Instagram. Fomos falando mas a nossa chama apagou passadas 3 conversas, no máximo, e ele deu-me unfollow (ainda hoje sinto essa facada... Podemos ter deixado de falar, mas continuares a dar like nas minhas fotos não faria mal nenhum). Anos mais tarde, o dito cujo voltou a tentar a sua sorte. Mas não foi no Instagram: foi no moodle. Quando li a mensagem dele fiquei parva. Primeiro porque ele já não se lembrava de mim e estava a repetir toda a lábia que tinha usado antes. Segundo porque era o raio do moodle da faculdade. Acho que ainda não me caiu a ficha... Quem é que, de todas as redes sociais e apps para namoro, vai escolher o moodle para se atirar a pessoas?

O amor é uma coisa complexa e nem toda a gente que conhecemos por mensagem é particularmente delicada ou tem a skill necessária para manter uma conversa - e de mim também falo. Mas decerto que também já deves ter passado por algumas peripécias neste campo. Conta-me nos comentários ou no nosso Instagram para mostrarmos que nem todos os falhanços amorosos têm de ser maus ou, ainda melhor que isso, diz-me qual é a tua pick-up line favorita.

O lixo de uns é o prazer de outros

15.07.20, Lástima

Se estás a ler isto é porque és uma pessoa alegre, com sentido de humor, quiçá responsável e com uma postura exemplar diante os outros, certo? Mas eu sei o teu segredo. E hoje, a bem ou mal, venho desmascarar-te. Quer dizer, desmascarar-nos (porque eu sofro do mesmo problema que tu).

Calma. Não penses já o pior. Hoje venho falar de guilty pleasures, aquelas coisas que sabemos que não devíamos ver ou fazer, mas que nos dão um gozo do caraças e, por isso, fazemo-las às escondidas porque não queremos ser julgados. (Se achas que estou a falar de pornografia é porque precisas de limpar essa cabecinha suja. Este blog brinca, mas ainda não chegou a essa fase).

Quando estamos em grupo, gostamos sempre de mostrar que somos pessoas de bem e que só consomem conteúdo interessante para aqueles com quem nos damos - seja música, ciência, arte, desporto, etc. Mas, quando estamos sozinhos, aparece um diabinho em cima do nosso ombro que sussura "Ninguém te está a ver. Vai ao TVI Reality e mete no Big Brother. O que será que a Noélia anda a fazer?" ou algo parecido. E nós, nada influenciáveis, vamos - mas às escondidas, porque se alguém perguntar eu não sei quem é a Noélia nem que o TVI Reality é no canal 99 na MEO.

Parece que temos um fascínio pelo abismo: sabemos que é mau, que vamos perder tempo, que não nos acrescenta nada. Mas vemos na mesma, e a vergonha alheia dá-nos anos de vida apesar do inevitável sentimento de culpa.

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Se te fizer sentir melhor, eis alguns dos meus guilty pleasures - não posso meter todos aqui, há que deixar um mistério no ar.

TRASH TV

Admite: também tens um programa de televisão que vês religiosamente apesar de saberes que ali só pinga azeite. Vá, eu não te vou julgar. Como já deves ter percebido, sou igualzinha. Mas a minha onda é menos Cláudio Ramos e mais Kim Kardashian. Posso ter uma conversa contigo ao jantar sobre as eleições nos Estados Unidos, a guerra no Médio Oriente ou a crise ambiental no Brasil mas, quando estou sozinha, acompanho todas as edições de Keeping Up With The Kardashians, Bad Girls Club, Are You The One?, Love Island e Ex On The Beach. E claro: dou stalk a todos eles para ver o que se passou depois da emissão do programa. (Sim, eu sei que sou um caso perdido).

MÚSICAS POLÉMICAS

O tópico da música é sempre meio tenso. Toda a gente gosta de dizer que o seu gosto musical é mega eclético e que reflete a sua maneira de ser. Só que todos temos aquele artista que sabemos que não devíamos ouvir mas ouvimos. (Eu nem vou falar de música pimba: não me sinto minimamente culpada por ouvir Toy com toda a alma e coração). Não sei se estás preparad@ para o que te vou revelar, mas cá vai: eu gosto das músicas do Chris Brown. Eu sei, não me batas. O meu "eu" feminista odeia este lado que tenho, mas a verdade é que não consigo não dançar quando põem o Loyal.

YOUTUBE

Se achas que por estar a falar de guilty pleasures e de canais de Youtube que sigo os conteúdos da Vibe House, desengana-te.

Esta afirmação vai-me tornar uma pessoa tão mázinha, mas cá vai: eu vibro com os canais de escândalos dos beauty gurus. Sigo todos (ou quase). Posso não saber o que fazer à minha vida, mas estou sempre a par das novas escandaleiras do Jeffree Star, do James Charles, da Nikkie Tutorials e de tantos outros que fariam uma lista interminável. Eu não desejo mal a nenhum deles - aliás, são todos excelentes artistas e admiro muito o seu trabalho -, mas quem é que não gosta de polémica alheia?

Desta vez eu sei que não estou sozinha nisto. Não posso ser a única que ama os reality shows da MTV (podia dizer Netflix, mas esta querida é pobre e não tem uma conta) ou com vídeos a desmascarar influencers. Por isso já sabes: conta-me os teus guilty pleasures nos comentários ou no nosso Instagram para ver quantos temos em comum, quantos te consegui pegar e quantos me deste para cuscar.

O mundo é um lugar estranho, mas há medos que são mais

08.07.20, Lástima

Fobias. Todos temos. Umas são mais comuns, outras mais estranhas e há para todos os gostos. Hoje é disso que me apetece falar.

As fobias, de acordo com esta cabeça leiga, não passam de receios irracionais que não têm propriamente um motivo (pelo menos as mais estranhas). E é isso que torna toda esta coisa inquietante: o que raio se passará no meu subconsciente para ter um medo tão parolo? 

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Para muitos, as fobias controlam as suas vidas e têm de lidar com isso diariamente, o que é grave. Mas eu não estou aqui para falar de coisas graves. Estou aqui para gozar com fobias alheias e deixar-te gozar com a minha. Por isso, escolhi 3 fobias estranhas para rirmos juntos.

1. Onfalofobia - esta fobia é igualmente compreensível e estranha porque é sobre umbigos. Realmente um umbigo é um buraco que está na nossa barriga com zero utilidade, que consegue deitar uns cheiros bem estranhos e, nas piores das circunstâncias, ter cotão (desculpa se te deixei enojad@, mas é uma dura realidade). Por outro lado, ver barrigas sem umbigos também não me parece lá muito normal... Acho que não consigo dizer nada sobre este caso.

2. Hipopotomonstrosequipedaliofobia - achas que consegues adivinhar sobre o que é este palavrão? Ironicamente, é a fobia de palavras longas. Isto agora deixou-me a pensar: esse pessoal não deve curtir nada da piada da palavra mais longa do abecedário.

PS.: é "arroz", porque começa em A e acaba em Z.

3. Aulofobia - podia ser o medo de ir às aulas, mas na verdade é o medo de flautas. Isso mesmo, aqueles instrumentos nada irritantes que somos obrigados a tocar no básico. Se as aulas de Formação Musical já não eram suficientemente insuportáveis para a população geral, imagino para os aulofóbicos.

Agora chega a parte em que te conto a minha fobia. Quer dizer, a minha mais estranha, porque eu sou um paradoxo entre a coragem e o medo.

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Koumpounophobia. Já ouviste falar? Pois bem, este palavrão traduz-se para fobia a botões. Sim, aqueles da roupa super usuais que estão nas camisas, em algumas calças e nos olhos da Coraline. Esses mesmo.

Se eu sei por que é que tenho isso? Não. Só sei que me faz uma confusão tremenda tocar neles e vestir qualquer peça de roupa em que eles existam.

Agora imagina esta alminha a vestir o traje académico. Pois, não foi (nem é) um processo nada fácil. Quando o vesti pela primeira vez tive de respirar bem fundo e ter todo um ritual de preparação mental para esse momento. Vestir a camisa foi das sensações mais desconfortáveis que tive com peças de roupa - e estou a incluir todas as tristes vezes em que a minha mãe me obrigava a calçar mocassins. Depois chega a vez da saia, a peça que eu achava que só tinha um fecho. Pois bem, estava redondamente enganada porque lá estava um botão para me atormentar. Por fim, e o pior de todos, o casaco. Do traje, é a peça que me faz mais impressão. Não fosse suficiente ter os 3 botões da frente, tem ainda mais 3 em cada braço sem qualquer utilidade! Uma coisa é ter de lidar com um botão porque preciso, outra é ter de conviver com emplastros. Ainda por cima fazem questão de mostrar que só existem ali para me enervar - nunca me posso esquecer que os tenho vestidos porque, quando me esqueço, roçam nas minhas mãos e lá me vem um arrepio (lamento se isto foi demasiado gráfico). 

Enfim... Há quem diga que as fobias vêm de traumas, mas eu acho que nunca convivi com botões assassinos - e sim, eu já tinha este desgosto antes de ver o filme da Coraline. 

Acho que agora já percebeste por que é que sou uma lástima. (Se fosse só por ter medo de botões...). Por favor não me deixes sozinha nisto e conta-me a tua fobia mais peculiar. Fico à tua espera na secção de comentários ou no nosso Instagram para me fazeres sentir menos estranha por ser assim. Vemo-nos lá?

Os posts de apresentação são sempre meio esquisitos, não são?

01.07.20, Lástima

Olá. Eu sou a Lástima, um heterónimo que acha que tem piada. Vá, tenta ter alguma piada. 

Criei este blog porque meti na cabeça que tenho uma voz e histórias para contar. Não é suposto isto ser algo sério (aliás, se há coisa que não quero aqui é excesso de seriedade), por isso venho partilhar alguns episódios caricatos pelos quais já passei, contar algumas excentricidades que tenho e mostrar que ser "normal" não é assim tão fixe. (Sim, eu acho que, em parte, sou fixe).

Mas, para que isto tenha algum sucesso - e com sucesso refiro-me a não escrever para o ar - o teu feedback é muito importante. Daí haver a secção de comentários, a página do Instagram, que será uma coisa mais nossa (não te preocupes, lá vai estar tudo explicadinho) e um endereço de e-mail onde me poderás dizer o que pensas com mais privacidade.

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Okay, acho que consegui resumir mais ou menos o que pretendo fazer aqui. Isto é estranho para mim. Primeiro porque estou sempre a falar e não tenho um filtro - até ponderei fazer um podcast mas a minha voz é demasiado aguda (e ouvir-me por um longo período de tempo ia tornar-se uma tortura para ti) e escrever obriga-me a pensar mais, pelo que é mais desafiante. Segundo porque sou muito indecisa com as palavras e tenho receio de não me saber explicar. Terceiro porque é constrangedor fazer posts de apresentação.

Se calhar são manias minhas, mas é desconfortável apresentar-me a alguém. Quero agradar a pessoa, mostrar que sou fixe mas não convencida e muito menos desesperada pela sua aprovação - dou muito pouco overthink, como podes reparar. Na verdade, sou um bocadinho assim: quero que todos gostem de mim e me achem uma boa companhia, por isso pressiono-me para mostrar a minha melhor versão e, muitas das vezes, meto a pata na poça e só faço palhaçadas.

Mas nem tudo é mau: o facto de meter quase sempre a pata na poça faz de mim uma pessoa com muitas histórias para te contar. Por isso, sê bem-vind@ ao meu mundo, um lugar quase que paranormal onde predomina o riso, a crítica e demasiados trocadilhos.