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Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Foi assim que podia ter acontecido

27.01.21, Lástima

Da primeira vez que falei sobre séries, foi-me relativamente fácil. Sou assumidamente uma não fã de F.R.I.E.N.D.S e, por isso, não tive quaisquer dificuldades em falar mal da coisa. Só que, agora, o panorama mudou: desta vez, venho realçar os aspetos não tão bons das personagens de uma série pela qual nutro um carinho especial. Por acaso, até é a concorrente direta da anterior, de forma que já deves ter percebido que está na hora de falar mal de "How I Met Your Mother". E para abrir novamente as hostilidades, cá vai: H.I.M.Y.M. podia ser bem melhor. (Eu sei. Até a mim doeu.)

TED

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Mais uma vez, comecemos pelo pior deles todos.

Sei que parece que tenho algo contra o "bonzinho" das histórias. Mas o Ted é tudo menos uma vítima. Na verdade, ele tem é esse complexo - o de achar que é o pobre coitado de tudo e mais alguma coisa. Claro que é um homem engraçado, inteligente, romântico e o típico bom rapaz que só procura um final feliz - ignorando o facto de ser um womanizer que não retribuía o carinho das namoradas e que manipulou a Robin durante anos para que ela preenchesse os seus requisitos sobre 'a rapariga ideal' (ou "the one", prontes). Além disso, as suas inseguranças acabavam em tomadas de decisão para lá de egoístas: lembras-te de quando ele queria que a Robin desse os seus cães ao abandono? Mano, que vil.

Talvez estraguei a magia de toda a série, acredito. Mas apenas me limitei a abordar a verdade nua e crua que retrata as 9 temporadas.

LILY

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Vou já arrancar esta informação como um penso rápido. Detestei quando a Lily foi para São Francisco, abandonando o Marshall sem deixar rasto. Foi mau para ela, foi mau para ele, foi mau para mim que estava a ver... Foi mau para todos, no geral. Nota "F" a esse momento.

Ademais, ela é uma compradora compulsiva. Este podia ser um traço mau que só a afetasse, mas as dívidas acumuladas prejudicaram o casal quando iam comprar o seu ninho. Ainda por cima deixou, mesmo que apenas inicialmente, que o Marshall se sentisse culpado pelas suas propinas. Que ranço.

MARSHALL

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Não há muito de mau para dizer sobre o Judge Fudge. Ele tem um coraçãozinho de ouro. Na maior parte das vezes, pelo menos.

Por muito que me custe admitir, não gostei nada de quando ele aceitou o cargo de juiz sabendo perfeitamente que tinha planeado mudar-se para Itália com a Lily. Compreendo que era uma oportunidade irrecusável, mas tomar uma decisão dessas sem sequer consultar a esposa e futura mãe dos seus filhos foi de muito mau tom.

Vá, e agora aqui só entre nós: a slap bet é imensamente estúpida, não achas?

ROBIN

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Oh, a Robin. Tinha tudo para representar todas as mulheres bem resolvidas e que não têm medo de colocar os seus sonhos acima da pressão social sobre formar família.

Porém, contudo, não obstante, foi uma batalha perdida. Talvez vencida pelo cansaço (não sei), o que importa é que a nossa Miss Independente deixou que os homens tomassem as rédeas da sua vida. E, com isso, veio uma cadeia de comportamentos manhosos. Entre trair o Kevin, por exemplo, e dar falsas esperanças ao Ted durante anos - até no dia do seu casamento com Barney -, a Robin teve a sua quota parte de toxicidade. Que não deve passar impune. 

Além disso, alguém tem de admitir que os maus-tratos à Patrice eram completamente descabidos. Vá lá, aquilo mais parecia bullying.

BARNEY

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Por muito que prefira esta série, não posso ser hipócrita. O Barney era um engatatão da pior espécie e todas as suas ações nesse sentido devem ser altamente reprovadas. Mesmo o próprio Playbook, apesar de nos oferecer vários momentos divertidos, não passa de um documento sexista.

Ainda por cima, o homem é altamente manipulador. Chega a meter medo ver o quão calculista é - porque, convenhamos, o pedido de casamento à Robin, quando dissecado, é a coisa mais assustadora de sempre. Todos os intervenientes (e a própria noiva) não passaram de marionetas às suas mãos.

Sobre momentos mais pontuais, não nos esqueçamos de quando traiu a Nora, a suposta mulher da sua vida. Ou quando sabotou a oportunidade de o Ted desenhar um edifício para o GNB porque achou mais piada em trabalhar dentro de um T-Rex gigante. Egoísta, para dizer o mínimo.

 O FIM

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Sei que pareço redundante, mas vamos terminar isto com o final. É que foi terrível.

Quer dizer: colocam uma pessoa à espera durante anos a fio para tentar saber quem é a mãe das crianças e depois matam-na sem qualquer pudor? E ainda metem o Ted a ir atrás da Robin como se a Tracy fosse apenas a parideira de serviço porque, bem lá no fundo, o outro só queria a miúda gira que engatou no bar? No me gusta. No me gusta nada.

Pior ainda: o homem, alegadamente, passou o tempo que passou a contar aos filhos como conheceu a sua mãe e tudo não passava de uma marosca para ter a sua bênção para engatar a "tia"? Ew.

Confesso que escrever este texto despedaçou o meu coração gelado. É que isto de tentar ter espírito crítico é muito giro - menos quando afeta o que gostamos. Por isso, isto foi o melhor que consegui. Foi preciso toda uma introspeção profunda para chegar a estes pontos e não arrisco em mergulhar ainda mais nesta série. Já chega.

Agora é a tua vez de me dizer de tua justiça. O que achaste do texto? Concordas com os meus pontos? Escapou-me algo? Diz-me tudo e mais alguma coisa nos comentários. Até lá!

 

Está na hora de um agradecimento especial ao @filipe_1805, que me deu a sugestão de escrever este texto. Muito obrigada! Se quiseres que o próximo tenha o teu dedo, não hesites e comenta no nosso Instagram. Ou então manda mensagem privada. É igualmente aceitável.

Aqui jaz o jornalismo

20.01.21, Lástima

Em nome do Pai. Do Filho. E do Espírito Santo. Que o jornalismo, tal como é ensinado nos cursos de comunicação e apreciado pelos profissionais, descanse em paz. Oremos, irmãos.

Este foi todo um momento pesado, não foi? Meio funerário e quês. Mas a verdade é uma: o jornalismo morreu. Teve uma morte lenta e em praça pública às mãos do populismo que, enquanto o tempo passa, ganha volume. Na verdade, ele não passa de um assassino em série mas, sabe-se lá qual a razão, ainda não cumpriu pena penitenciária.

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E já que fiz esta declaração de óbito, que tal dar exemplos de momentos em que o sensacionalismo deu um enxerto de porrada - passo a redundância - ao outrora amado jornalismo sério, imparcial e que busca a verdade e nada mais que a verdade? 

Antes que comece aqui com a minha maledicência característica, está na hora de um momento pedagógico. Sabias que, na recolha de dados que podem ser utilizados para peças noticiosas, há um conjunto de critérios a considerar? Batizados valores-notícia, são os requisitos obrigatórios pelos quais determinada informação deve passar antes de ir a público. Eles são imensos, por isso destaco alguns: proximidade, importância, relevância, atualidade, emoção, estranheza, polémica.

Sim, leste bem. O último é a polémica. Contudo, apesar de ser um critério a considerar, é também acessório, devendo ser tratado com cautela, bem fundamentado e inserido com a mesma proporção do facto. Agora que isto está esclarecido, passemos aos episódios.

SEDE DE DESGRAÇA

Comecemos pelo óbvio. Há malta com tanta sede de miséria alheia. Chega a ser macabro o interesse de certos pivots, repórters, etc. sobre determinados temas. Fala-se de um caso de violação e segue-se um "Veja o vídeo" para perpetuar a falta de consentimento da vítima. Acontece um acidente fatal e vem logo um "Olhem ali estes destroços. Eish, que acidente horrível. Faz zoom". Dá-se um funeral ou velório e ouve-se um "Ahah vejam lá aquele parente a chorar super triste por perder a filha/mulher/mãe/pessoa importante na sua vida". Toda esta postura ultrapassa a minha compreensão.

UM CICLO SEM FIM 

Não, não estou a falar da música do "Rei Leão". Antes fosse. Estou-me é a referir ao loop incessante que acontece horas a fio quando surge qualquer infortúnio. Sem quaisquer acrescentos de informação, por sinal. E pior que isso: depois segue-se o momento de celebração pelo marco histórico de audiências. Porque a invasão de privacidade e falta de ética dá canal. Demasiado canal.

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NOTÍCIAS ALCOVITEIRAS

Ora vamos lá ver. Toda a gente, quer admita ou não, gosta de uma boa fofoca. Mas isso é em conversas com vizinhas, não no telejornal. Por isso, está mais que na hora de parar de se entrevistar estafetas ou fazer diretos em autocarros só porque sim. Por favor. E perseguir pavões. Paremos de fazer diretos a perseguir pavões.

'BORA SER UM EMPECILHO

E quando uma equipa de "jornalistas" repara que algo está a correr mal e decide estorvar? Tão bom. Caso não esteja a ser clara, lembras-te do momento em que uma, digamos, senhora decidiu ligar ininterruptamente à linha de Saúde 24 apenas e somente para provar que ela estava entupida? Uma decisão mais que inteligente e benéfica para os pacientes em espera, portanto.

UM BAGACINHO POR DIA, NEM SABE O BEM QUE LHE FAZIA

Por fim, este tópico já não tem a ver com populismo. Só que era demasiado irresistível para não acrescentar a esta lista. Há quem diga que quem faz o que gosta, não terá de trabalhar - mas eu não pensava que ser feliz na profissão necessitava da ajuda da bebida mágica da alegria. Passo a explicar: viu-se, por aí nesse zapping televisivo, uma repórter, em direto, com uma bela de uma 'bubadeira'. Não foi a coisa mais bonita de se ver.

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Compreendo que, quanto mais se fala dos efeitos do populismo, mais notoriedade os órgãos que se aproveitam dele ganham, dando a entender que tudo não passa de uma batalha perdida. Por outro lado, não é a colocar os problemas debaixo do tapete que se resolvem como por magia.

Mesmo que não se consuma diretamente o conteúdo de canais como a CMTV, os temas vão parar às redes sociais, por exemplo, e o debate público continua a alimentar a conduta tão errada que vemos a acontecer diariamente. É um equilíbrio manhoso, este de não dar holofote a quem não merece mas, ainda assim, refletir e sensibilizar para algo que corrompe a partilha de informação verídica, factual e honesta.

Foi assim tão notório que eu sou tudo menos adepta da CMTV e do "tratamento jornalístico" que dão às suas chamadas notícias? Se calhar fui muito bruta... Mas sou demasiado apaixonada pela minha área e custa-me ver que a guerra de audiências está acima da moralidade. Por isso, e já que criei este pequeno espaço onde posso desabafar sobre o que me apetecer, aqui está a minha análise sobre o assunto. Tenho noção de que este não é o único órgão que se aproveita do sensacionalismo para se fazer valer, porém é o mais óbvio e o que mais me enerva. É o que é.

Qual é a tua opinião sobre o tema? Achas que este canal se aproveita da desgraça alheia ou que não é assim tão mau quanto fazem parecer? Espero por ti nos comentários!

 

PS.: decidi não colocar links, imagens ou vídeos ilustrativos da conduta do canal para não dar ainda mais palco do que já estou a dar. O propósito deste texto é refletir sobre a ética jornalística (usando o canal como exemplo), não propriamente tornar a CMTV uma tendência. Para isso, eles lá arranjarão uma maneira.

Há com cada uma...

13.01.21, Lástima

Acho que, se já me acompanhas há algum tempo, consegues reparar que eu sou grande fã da minha língua materna. É inegável que este idioma com influências latinas e mediterrâneas torna muitos momentos em algo para lá do romântico, contudo é igualmente claro que existem algumas expressões particularmente confusas. 

És capaz de já ter reparado que eu faço questão de introduzir expressões populares (ou tentativas disso) nos meus textos, de forma que quantas mais vezes eu puder aplicar um ditado nas minhas conversas, mais feliz sou. Mas tenho noção de que nem todas as expressões fazem sentido, e são essas mesmo que eu quero dissecar.

How to Learn English Vocabulary from the Internet's Favorite Memes |  FluentU English

METER O ROSSIO NA BETESGA

Se calhar sou só eu que desconhecia por completo esta expressão. Mas, caso não seja, ela é utilizada para manifestar que algo é desproporcionalmente grande. E porquê? Porque a Betesga é a rua mais curta da cidade de Lisboa e o Rossio é uma grande praça.

--- "E assim se fala em bom português" surge como som de fundo ---

À NOITE TODOS OS GATOS SÃO PARDOS

Esta aqui é mais uma que muitos devem conhecer menos eu. Pelos vistos, diz-se isto para chamar a atenção das pessoas sobre algo possivelmente perigoso - nomeadamente porque os gatos de rua, durante a noite, parecem todos iguais. O motivo de toda esta frase parece-me um tanto ou quanto discriminatório, mas se calhar sou eu que estou demasiado sensível. #CatLivesMatter 

OK

Pois a seguinte é macabra e, desde que descobri o seu significado, vou pensar duas vezes antes de a usar. Segundo a minha pesquisa, a expressão "OK", mundialmente conhecida por "está bem", é oriunda da Guerra da Secessão. Diz-se que os soldados, quando regressavam à sua base sem qualquer morte entre as tropas, escreviam numa placa "0 killed", mais tarde abreviado para "0K". Ah, pois. Mal sabias tu que te estavas a referir a cadáveres, não era?

NÃO PODER COM UMA GATA PELO RABO

Não sei o que se passa para existirem tantas expressões populares sobre gatos, mas cá vai. Traduzindo brevemente esta locução, "não poder com uma gata pelo rabo" significa que alguém se sente muito fraco. A sua origem está na suposição de que as gatas são mais frágeis que os gatos, representando um estado de debilidade - o que é absurdo, porque é mais que sabido que toda a espécie feminina é cheia de garra.

EMBANDEIRAR EM ARCO

A vida de marinheiro dá cabo de alguns. Quanto aos outros, não existe nada mais que uma efusão de alegria. É que, pelos vistos, esta expressão deriva dos momentos de regozijo dos marinheiros a bordo, nos quais içavam cabos e bandeiras nos mastros.

FAZER TÁBUA RASA

Acabei de encontrar uma expressão que me define - ou quase. "Fazer tábua rasa" é facilmente interpretado como esquecer um assunto para recomeçar com novas bases. E já que esquecer coisas é a minha praia, parece que encontrei o match perfeito.

Agora diz-me lá: fui ou não fui educativa? Afinal este blog não serve só para eu falar mal de assuntos mundanos. Contra todas as expectativas, aqui a tua amiga mostrou-te a sua veia didática. Confesso que não conhecia todas as expressões, por isso até eu aprendi algo com o post desta semana. Qual delas conhecias, qual passaste a conhecer e quais as tuas favoritas e que usas diariamente? Quero saber tudo nos comentários! Espero por ti!

Mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades

06.01.21, Lástima

Quero começar este novo ano com a esperança de que consiga ser tudo o que 2020 não foi. E, por acreditar muito na magia do agoiro, fiz parte do conjunto de pessoas que recorre a superstições para tentar abençoar os tempos que aí vêm. Mais vale prevenir que remediar, não é mesmo? 

Por esse motivo, venho relembrar-te algumas tradições para a passagem de ano aqui nas nossas redondezas ocidentais que não podem ter falhado agora nas entradas de 2021. Considera isto uma espécie de "check list".

MANTRAS CLICHÊ

Passagem de ano não é passagem de ano sem a típica frase "Novo Ano, Novo Eu". Ora, eu quis seguir a tradição aqui no blog e, por isso mesmo, a tua lástima favorita vai mostrar a sua cara. Ou melhor, as suas novas caras.

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Eu sei. Sou adorável, não sou? Nada disto seria possível sem a minha ilustradora favorita, a @marie_did_nothing_wrong. Ela merece todo o carinho do mundo e, caso também queiras um desenho maravilhoso como este para ti, envia-lhe mensagem e prepara-te para ficar boquiabert@ com o seu incrível talento! (Este até podia ser um post patrocinado, mas a Mary é mesmo minha amiga e eu acho que vai demorar muito tempo para que eu me torne uma blogueirinha famosa - sendo até o mais provável que nem aconteça.)

Ainda no que toca a tarefas clichê que marcam a entrada no novo ano, há que referir a criação de uma lista de objetivos a alcançar agora que somos pessoas completamente diferentes e renovadas. Isto é tudo muito bonito, é verdade, não fosse o facto de essas metas serem sempre as mesmas. "Vou fazer mais exercício físico agora no novo ano". "Vou começar a comer melhor". "Este ano quero ler mais". "Vou tentar estar menos dependente do telefone e das redes sociais". "Em 2021 quero ser uma pessoa mais poupadinha". E que tal "vou inovar nos meus objetivos anuais"?

12 MESES. 12 DESEJOS. 12 PASSAS

Este ritual aqui custa-me. É que eu detesto passas. Não entendo quem é que acha saboroso comer aquela coisa desidratada e insípida. Era bem mais fácil que fossem 12 do outro tipo de passas, mas já estou a ver que o ano iria começar com muito nevoeiro.

LINGERIE SORTUDA

E quem é que não se lembra da bela da cuequinha azul para louvar a entrada no novo ano? Pois bem, segundo a minha análise semiótica, o azul representa a paz, o amor, a bondade, a harmonia. Tudo aspetos que devem ser enaltecidos. Mas não acredito lá muito que homenagear os bons valores através da cor da ceroula seja o ideal para atrair bons presságios. É que isso significa, por exemplo, que todos os vilões e malfeitores apenas usam cuecas pretas (por representarem o mal) e não têm a liberdade de ter um boxer com bonecos como os restantes comuns mortais. Parece-me injusto.

ESCALAR OU FAZER A DANÇA DOS LOUCOS

Também existe a tradição de subir a um ponto alto para dar sorte. Mas essa subida não pode ser feita às três pancadas. Tem de ser obrigatoriamente com o pé direito e com uma nota na mão, caso contrário não surte o efeito desejado. Por outro lado, é possível obter o mesmo resultado se dermos, à meia-noite, três saltos ao pé coxinho (com o pé direito, obviamente), com um copo de champanhe na mão e a dançar ao ar livre em torno de uma árvore. Eu nem sei o que pensar... Só sinto pena dos canhotos.

TOCAR BATERIA COM TACHOS E PANELAS

Pois. Como não era suficiente haver gritos, música aos altos berros e tímpanos furados com o fogo-de-artifício, também há quem acredite que fazer barulho com loiças e panelas seja uma boa ideia para abençoar a entrada do novo ano. Nem sei bem o que acrescentar quanto a isto, por isso relembro apenas o que me veio à cabeça mal soube desta tradição.

Se fiquei com uma enxaqueca por ter feito isto na passagem de ano? Fiquei. Mas há sacrifícios que têm de ser feitos.

CORRENTES DE AR E SUBIDAS NA FATURA DA LUZ

Há quem goste de começar o ano com frio e a ter de dar mais dinheiro à EDP do que queria. Não entendo bem porquê, mas existe o ritual de abrir todas as portas e janelas de casa (talvez para o azar do ano anterior se ir embora?) e acender todas as luzes. Esta tradição magoa-me particularmente. É que eu sou forreta que dói e só de pensar em consumir mais energia que a necessária já fico enervada.

E é isto. Foi assim que decidi dar-te as boas-vindas ao novo ano aqui neste espacito só nosso. Espero que te tenhas entretido de alguma forma e que tenhas cumprido pelo menos algumas destas macumbas - não queremos que 2021 seja a sequela trágica de 2020. Sente-te à vontade para comentar no sítio do costume que eu lá estarei para te ler e responder. Posso contar contigo?