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Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Big Brother: Duplo Impacto

os protagonistas

31.03.21, Lástima

Mal iniciei a minha exposição de vergonha alheia na Internet, revelei que era fã de reality shows. E, como podes adivinhar, o Big Brother não me passou ao lado. Sendo eu também uma aprendiz oficiosa d'A Pipoca Mais Doce, a coisa não seria a mesma se não me armasse em comentadora do BB. 

Confesso que estive reticente em publicar acerca deste programa. Há sempre uma polémica gigante em torno dos fanatismos e eu sou uma boneca de porcelana muito sensível a qualquer tipo de ódio gratuito. Se, sendo esse o meu perfil, eu devia partilhar a minha opinião num blog? Provavelmente não. Mas só se vive uma vez, por isso vamos lá tentar comentar sem ferir suscetibilidades. (LOL, eu não prometo nada)

No fundo, no fundo, estou a tentar ser uma blogueirinha famosa. Uma pessoa tem de se fazer à vida e pode ser que, se isto correr bem, até se faça uma petição para eu ir parar ao próximo painel de comentadores da TVI. Não sou nenhum Luís Borges, é verdade, mas a ralé também merece ser representada no pequeno ecrã. Ora vamos lá começar.

JOANA

A Beta é o centro disto tudo. Tenho de assumir já que sou #TeamBeta. Gosto imenso do seu sarcasmo e especialmente da força e arcaboiço com que lidou com os ataques constantes, tanto dentro da casa como dos apresentadores e até de alguns comentadores (e não me refiro a decisões no jogo; estou mesmo a falar de coisas como "ela é feia" ou "tem um corpo feio", entre outras piores, uma vez que em nada alteram a sua forma de ser e são completamente desnecessários). Estratega nata, nesta edição mostrou que, afinal de contas, até tem um coração, que acabou despedaçado.

Acho que, agora que saiu, devia ter uma oferta vitalícia de Voltaren. Já que levou com este programa às costas, merece a ajuda do creme. Sendo um ser humano como outro qualquer, fez muita coisa mal e não é o facto de eu gostar dela que vai apagar as suas ações. Contudo, não defendo que o ódio que ela recebe seja proporcional às suas jogadas dentro de um jogo.

Neste percurso com altos muito altos e baixos muito baixos, era claro na minha cabeça de que seria a justa vencedora do programa. E, quando o realmente ganhou, além de me fazer saltar da cama e soltar uma lagrimita, construiu o cenário mais icónico que poderia imaginar: ficou com a carteira 20 000€ mais pesada, venceu o "duelo" contra a pessoa que mais a magoou naquela casa (e não me venhas falar da história do lixo humano porque, se é para comparar, eu mostro a lista de insultos que a Joana sofreu durante estes meses) e deixou toda uma plateia cheia de melão. Que gozo que deu ver.

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BRUNO SAVATE

Antes de mais, tenho a dizer que este homem é como o vinho: fica cada vez melhor com a idade. Agora tirando essa informação do plano, acompanhei o Bruno no Love On Top (sim, eu vi essa tentativa de programa) e a sua passagem foi-me relativamente indiferente. Já nesta casa, estava a adorar a postura inicial, deitando abaixo os machos escrotos da aldeia. Só que depois deixou-se manipular pela toxicidade e descarregou em quem não merecia. Acabei por deixar de reconhecer o excelente jogador que muito me entretia.

Contudo, também levou o programa às costas e sempre foi um dos protagonistas. Isso é indiscutível. Não cumpriu o seu sonho de levar o primeiro lugar na sua reforma dos realitys, mas é para ver se deixa de ser influenciado por pessoas tóxicas e dar razão a agressores.

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NOÉLIA

Vi a tia Nené no BB2020 e gostava da sua postura descontraída e nada conflituosa, pelo que fiquei contente quando a vi entrar nesta edição. Depois vi-a a dar-se com a Joana e o Bruno e fiquei histérica. O trio nasceu e eu estava a amar. Mas depois fui-me desiludindo. Apesar de também gostar de ver uma Noélia mais opinativa e assertiva, também a vi a criar conflitos desnecessários. Além disso, irritava-me profundamente vê-la a dizer "Eu não falo mal de ninguém", sabendo que esse era o pão nosso de cada dia. Lamento informar.

Numa nota final, não esquecendo a ironia do destino, foi este Trio Odemira que ficou no pódio, como muito pedido pelo Twitter desde a primeira semana de programa. As coisas não acabaram como esperado, mas foi giro ver que estes três jogadores foram os vencedores das medalhas.

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SOFIA

Eu era daquelas que estava à espera de uma postura sem sal e levei uma bela de uma bofetada de luva branca. E ainda bem. Especialmente depois de ver a sua curva da vida, passei a admirar a Sofia e a forma como leva a vida. Dentro do jogo, foi a antagonista mais marcante, cuja rivalidade com o Savate era saudável e dava gozo ver. Gostei.

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JÉSSICA FERNANDES

A um mês da final (mais coisa, menos coisa), a Jeca deu uma nova vida àquela casa. Ela é um espírito livre e deu-nos momentos incríveis. De dançar à chuva, deitar-se no tapete como se estivesse a desfalecer, colocar doses industriais de papel para estagnar sangue do nariz ou chorar por comer Bacalhau à Gomes de Sá, são inúmeros os episódios que me deixaram a rir desalmadamente.

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SÓNIA E EDMAR

Acho que eles foram os concorrentes que melhor limparam a sua imagem. Tiveram momentos maus, sim, mas há que admitir que a sua prestação no Duplo Impacto foi bem melhor. Fico feliz por eles.

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BERNARDINA

Depois de tanto se ter chamado por ela, esperava mais. Teve demasiadas saídas infelizes e acabou por ser um tiro ao lado.

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TERESA

Uma autêntica protagonisma (entendedores entenderão). Rainha dos melhores memes, a bodega da desistência é que me entristeceu. Ah, e o ataque de raiva à Pipoca. Foi um momento desconfortável e bastante desagradável.

Sinto que terei sempre um amor-ódio a esta senhora. Por muito que condene certas atitudes que teve no jogo (tanto no BB2020 como no Duplo Impacto), acho que tem um piadão tremendo.

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E por enquanto é isto. Para mim, estes foram os protagonistas desta looonga edição do Big Brother: Duplo Impacto. Na próxima semana comento os figurantes (que é como quem diz os outros todos) e vou optar por não falar muito do formato no geral. Esta edição prometia e, com o desenrolar do jogo, foi ficando cada vez pior. As galas foram ficando cada vez mais aborrecidas, sempre a queimar os mesmos e nada surpreendentes - só caía na tentação de as ver por causa da Joana, muito sinceramente. Por isso, agora chegou a tua vez de comentar: para ti, quem foram os protagonistas e os figurantes ou quais são os teus concorrentes favoritos e odiados? Vamos cochichar junt@s!

Bom, bom era ser-se bom

24.03.21, Lástima

Não sei se te lembras de já ter contado que adoro divagar no carro, qual filósofa de esquina. Adoro debruçar-me sobre temas pouco ou nada sofisticados e que não me levam a conclusão alguma. Desta vez o devaneio foi sobre a bondade. Quer dizer, não tanto ela. Foi mais sobre o que torna um ato numa boa ação.

Como pseudo-erudita que sou - e também pessoa com, pelos vistos, demasiado tempo livre -, abri o meu baú de memórias e fui parar às aulas de filosofia do 11.º ano. Ou do 10.º, não sei. Sabes que não vou para nova e que a minha memória também nunca foi muito boa.

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Lembras-te de teres ouvido falar algures no secundário sobre as escolas de Kant e Mill no que toca à moralidade? Talvez os nomes não te sejam estranhos, mas a informação que o teu cérebro manteve não foi assim tanta. Não faz mal. Aqui a amiga gosta de fingir que conhece coisas e explica-te.

IMMANUEL KANT 

Comecemos pelo amiguinho Emanuel. Este comparsa defende, sobretudo, que o valor moral das nossas ações está na intenção de quem pratica o ato. Trocado por miúdos: estás a ver quando eras criança, fazias aqueles quadros com massa crua para os teus pais, depois a cola caía e eles diziam "Não faz mal, meu amor. O que conta é a intenção."? Pronto, é mais ou menos isso.

Ele acreditava (acredita, não sei; pode ainda ser um fantasma e não o quero apoquentar) que é a relação entre a ação e a intenção que tornam um ato certo ou errado.

STUART MILL

Já o bacano do Stuart crê que o valor moral das nossas ações depende das suas consequências, que é como quem diz "Pouco importa se fazes algo bom porque realmente queres ou para mostrar que és bué fixe. O que interessa é que faças algo bom". Ah, ele também dizia (diz; voltamos ao problema dos fantasmas) que a moralidade se baseia no princípio da maior felicidade - ou seja, que devemos promover a felicidade geral, sendo esse o fim último das nossas ações. 

Foi neste sentido que surgiu a frase "os fins justificam os meios". Afirmação esta que indica, por exemplo, que não tem mal ir para aquelas aldeias dos países de 3.º mundo tirar fotos com as pessoas e postar no Instagram com quinhentas hashtags (como #BoaPessoa ou #PraticaOBem), desde que se tenha ajudado a construir casinhas.

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Penso nestas doutrinas e pergunto-me: quando vemos alguém influente nas redes sociais a tirar fotos com sem-abrigo, a mostrar que faz voluntariado, a doar catrefadas de dinheiro, etc. é um ato bom por si, visto que se está a ajudar outra pessoa, ou é um "falso ato bom", uma vez que a intenção é mostrar que se é uma alma caridosa, sendo a felicidade alheia um extra?

E agora? Quem está certo e quem está errado? Os dois? Nenhum? Não sei. Não tenho respostas, apenas perguntas. Quando olho para um ato isolado, não consigo ter o mesmo julgamento que afirmo ter perante a generalidade. E fico inquieta.

Dúvidas e dívidas

17.03.21, Lástima

Podia pensar numa introdução meio pomposa para abordar este tema, mas hoje apetece-me ir já para o debate. Estou numa vibe Fátima Campos Ferreira, só que a puxar para a imparcialidade. Então vamos lá. Literacia financeira: uma competência que deve ser adquirida nas escolas, pela família, através de iniciativas do governo...? Onde, como, quando e porquê?

Para mim, coisas como o IRS são uma incógnita. E isso é preocupante: não só porque tirei ciências socioeconómicas no secundário e devia ter retido nem que fosse alguma da informação, como sou uma jovem adulta a entrar na vida de mulher independente e empoderada e, afinal de contas, vejo que não tenho quaisquer conhecimentos sobre a escola da vida.

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Desde gaiata que vejo pessoal da minha geração a afirmar com toda a convicção que a escola não ensina o que deve ser ensinado. Economia do lar, pagamento de impostos, etc. são, a seu ver, matéria essencial que tem de ser ensinada pelos professores e não captada com o passar dos anos só porque sim. Um ponto bastante válido. Mas depois pergunto-me: é realmente suposto? Pelo que me fui apercebendo, de acordo com a minha experiência, o propósito da escola (e do conhecimento académico no geral) é oferecer bases que nos permitam desenvolver um pensamento crítico e criterioso sobre as nossas ações e crenças no quotidiano, que nos permitam evoluir enquanto sociedade e, em última instância, aprofundar conhecimentos em áreas de estudo que nos cativem - super filósofa caviar que fui agora, não fui? Claro que matérias como a declaração de impostos são bastante importantes, mas acabam por se desviar desta finalidade retida que se me entrou pela cabeça.

Por outro lado, também concordo que a escola é um espaço de formação que deve preparar os seus estudantes para o futuro, e os aspetos mais práticos da vida devem estar incluídos no programa curricular. Todo este conjunto de, vá lá, soft skills se assim o quisermos chamar, não podem ir para debaixo do tapete com a suposição de que eventualmente saberemos o que estamos a fazer. Se aprendemos tanta coisa, por que não acrescentar esta também?

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É que tenho vindo a ver que este é um desconhecimento geral. Tanto pessoas da minha idade como mais velhas têm dificuldades em temas como o pagamento e declaração de impostos, sendo que essa ignorância, a meu ver, não me parece um ponto dificilmente resolvido. Seja criar uma disciplina própria e fixa a todos os cursos ou incluí-la noutras como educação cívica (a título de exemplo) parecem alternativas adequadas para evitar este problema. Caso a escola não seja o lugar "ideal", os próprios municípios têm o dever e responsabilidade social em educar a sua população, creio. Felizmente, moro num concelho cuja Divisão da Juventude organiza workshops neste sentido - desde desmistificar a problemática dos recibos verdes a formações sobre poupança. Modéstia à parte, Setúbal é uma cidade bastante dinâmica e sapiente (oh para mim a usar palavras caras só para me armar).

Sei que no início admiti que era uma iletrada neste aspeto e não o digo de ânimo leve. Aliás, até o admito com alguma vergonha. Sempre que vou à Segurança Social Direta e carrego num botão, tenho um pequeno imperador romano na minha cabeça com o punho à frente e eu até tremo enquanto espero para ver se o polegar vai para cima ou para baixo. E acho que esta não devia ser a sensação de alguém que apenas quer sobreviver e integrar-se na vida adulta e alegadamente responsável.

Eu tenho a sorte de ter pais com conhecimentos no assunto e um namorado a caminhar para rapper-contabilista. Mas há quem não tenha. E estas informações deviam ser de fácil acesso para todos. Por isso, qual a melhor solução afinal? Debates comigo este assunto? Pode ser que cheguemos a algum lado.

É só uma fase

10.03.21, Lástima

Passou-se o Dia da Mulher e já devia ser uma verdade universal o facto de sermos seres divinais que, acima de tudo, merecem igualdade de oportunidades, direitos e deveres. Mas, por muito que queiramos atingir essa utopia (com toda a razão e mérito), há pelo menos um fator que nunca irá equiparar o Homem e a Mulher. "Qual?", perguntas tu, a irradiar curiosidade. Ora só podia ser a odiada menstruação.

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Se tu fores alguém que ou nunca teve o período por motivos fisiológicos ou ainda não o teve por uma questão de tempo, eu explico-te assim muito sucintamente o que é: não passa de um esfaqueamento atroz mensal, que dura cerca de uma semana e basicamente diz "Estás a sofrer, mas ao menos podes fazer filhos". Que coisa linda. Porque é realmente um sonho procriar e acabar por ter de tomar conta de pestes ranhosas por tempo indeterminado - já sei que daria uma péssima mãe; mas olha que serei uma excelente tia, prometo.

PRÉ

Neste contexto, existem dois prés: o pré ter período no geral e a semana antes de ele chegar, também conhecida por TPM.

Sobre o pré número 1: quando se chega à idade "normal" para o ter, parece que há uma competição entre nós, pitinhas, para ver quem é mulher mais cedo. Isso é estúpido. Primeiro, porque ninguém devia querer ter o período e tudo o que isso implica. Segundo, porque cada um tem o seu ritmo biológico e ninguém é menos por ainda não menstruar.

Já no que diz respeito ao pré número 2: para quem tiver a bênção de não passar por isto, destaco alguns dos sintomas repetidos e nada bem-vindos => inchaço abdominal, dores de cabeça, mudanças repentinas de humor, irritabilidade, cansaço, indisposição, aumento do apetite. E a detestável aparição de borbulhas que, além de dolorosas, gritam ao mundo "Olhem lá, esta aqui vai sangrar para a semana".

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A INESPERADA EXISTÊNCIA DO SER

Uma pessoa pode ter a vidinha toda organizada ao pormenor, com uma pílula para ajudar a regular e tudo mais. Só que o período é sacana. E não é pouco; bastante. Pois decide sempre cumprimentar as suas portadoras nos momentos mais inoportunos para marcar território, qual cão vadio. 

Estamos em casa o dia todo com as chamadas cuecas da avó? Nem sinal. Saímos por breves momentos ou ousamos vestir roupa clara? Chegueiiii. Cheguei, chegando bagunçando a zorra toda.

LIMITAÇÃO DE MOVIMENTOS

Espirrar, rir, tossir, sentar, deitar, mexer no geral. O que é que têm em comum? São movimentos altamente desaconselhados (e até proibidos) durante a semana de Satanás. E para não ser demasiado explícita sobre o porquê, deixo assim: se o Isaac Newton fosse uma mulher, não era com a maçã que teria desenvolvido a Teoria da Gravidade.

DÓI PARA CARAMBA

Sinto que será escusado dizer que as cólicas menstruais são horríveis! Há especialistas que até dizem que são tão dolorosas quanto um ataque cardíaco e nós cá andamos como se nada fosse. Trabalhamos na mesma, fazemos a nossa vida normal enquanto um demónio nos tortura o útero. Não temos a capa, mas somos super-heroínas com toda a certeza.

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ADEUS, CARTEIRA, ADEUS

Eu sei que sou fonas e que para mim tudo é caro. Mas já é sabido que tanto os pensos como os tampões custam. Custam muito. Agora existem os copos e essa é uma alternativa não só mais amiga do ambiente como da carteira, só que continua a ser um exagero de dinheiro para se controlar algo que nem sequer se gosta de ter.

SANTA MARIA MÃE DE DEUS

A existência da menstruação é má (acho que dei bem a entender isso). Mas a sua inexistência é igualmente preocupante. Como dizem que um dos potenciais sinais de gravidez é o atraso no período, toda e qualquer gaiata (ou quase) que sofra com a mínima demora começa a panicar. Tenha ou não concretizado o tango deitado que obriga as cegonhas a entregar bebés, corre um medo nas veias, não iremos nós ser as próximas Virgens Maria grávidas do Menino Jesus II.

PÓS

E depois de anos de sofrimento e sangramento vem a menopausa. Que, segundo sei, passa por uma fase de transição dolorosa e altamente desconfortável. E valeu a pena? Vale mesmo a pena passar por tudo isto só para se poder ter filhos? É que ainda por cima as crianças são altamente cruéis e custa-me acreditar que a experiência compense.

Este desabafo, quando o ler daqui a uns anos, pode ter envelhecido bastante mal. É um risco que corro. Só que estas dúvidas pairam-se-me há anos, pelo que gostaria de saber a tua opinião sobre a coisa. O período é mesmo um ódio generalizado ou há quem ache que a coisa não é assim tão má?

Ouvir para não chorar

03.03.21, Lástima

Considerando que sou uma drama queen (autoproclamada e humildemente conhecida assim no meu núcleo mais próximo), tal como tenho o dom de exagerar todo e qualquer sentimento que tenha - pessoas dos signos, por favor não me façam uma análise do mapa astral -, apresento-te em primeira mão a minha playlist da desgraça. Como podes calcular, sou daquelas pessoas que acha que vive numa comédia romântica e que, por esse motivo, os seus dias têm uma banda sonora super dramática e adequada ao momento. Lógico.

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E como o prometido é devido, cá vai: eis a minha playlist para corações partidos. PS.: Sou uma jovem desatualizada e que ainda vive na década de 2000 e poucos, de modos que esta lista é exatamente esse reflexo. Se quiseres ouvir a "Driver's License" não é aqui que a vais encontrar.

"DON'T SPEAK" - NO DOUBT

Queres música mais icónica do que uma que começa com um videoclipe altamente traumatizante mas depois passa logo para uma melodia sentida? A canção até é mais velha do que eu, na verdade, mas isso não me impede de a cantar desde pita e fingir que sinto todas as palavras da Gwen Stefani até ficar sem fôlego. Especialmente porque esta é daquelas cujo fim é em fade out e uma pessoa não sabe quando ou como é que realmente acaba.

"JAR OF HEARTS" - CHRISTINA PERRI

Olha aqui outro clássico sofrido. Um misto de Cruella de Vil princesa do rock a abrir o coração e a deixar toda a minha turma do sexto ano num pranto. É assim que consigo descrever esta melodia.

"ME AND MY BROKEN HEART" - RIXTON

Okay, confesso que inserir esta canção no meio de uma playlist para corações partidos é anticlimático por causa do ritmo e alegria que parece transparecer. Só que a letra até que está dentro da vibe, com o acréscimo de que podemos abanar a bunda enquanto sofremos por amor.

"BROKEN-HEARTED GIRL" - BEYONCÉ

Vá. Já era expectável pôr aqui um pouco de Queen B. Ou Sasha Fierce, para os fãs mais fãs. Ainda por cima todo o albúm dá vontade de cantar cada música aos berros até ficar sem pulmão - estejamos com o coração partido ou nem por isso. Passamos a estar se for preciso. O que importa é encarnar a personagem.

"EVERYTIME" - BRITNEY SPEARS

Esta música, uma viagem de carro com a tua cabeça encostada à janela e a chuva a ilustrar a paisagem não é cena digna de filme? Tão poética, tão sofrida... tão exageradamente dramática.

"BECAUSE OF YOU" - KELLY CLARKSON

Bem, já que abri a caixa de pandora dos clássicos dramáticos, não dava para esquecer a "Because of You", não é mesmo? Sinto que esta é daquelas que deixa qualquer pessoa num mood melancólico, por isso nem há grande coisa a dizer antes que te entristeça e coloque num cantinho a chorar em posição fetal.

"MY IMMORTAL" - EVANESCENCE 

Pois... Digo que não te quero pôr a chorar e depois pumba. Evanescence. Falei cedo demais.

"HEART ATTACK" - DEMI LOVATO

Se é para terminar, que seja em grande. Podemos assumir que esta música é daquelas que dá vontade de cantar aos berros porque tem todo um power louco e indomável, certo?

Não? Sou só eu?

Se tiveres sugestões, completa a playlist nos comentários. Quais as músicas que acrescentas e as que suprimes? Diz-me tudinho! Além disso, aproveito e pergunto: de que forma costumas sarar um coração partido? Eu sou uma básica que ouve estas músicas, chora e come imensa porcaria. Não se pode ser sempre original e diferentona.

 

Menções honrosas de uma pitinha lastimosa que achava que tinha perdido o amor da sua vida, mas que afinal apenas se livrou de boa:

Xutos e Pontapés - "Circo de Feras"

Floribella - "Vestido Azul"

Diana Lucas - "Desculpa Lá"

4Taste - "Diz-me que Sim"

DZRT - "Querer Voltar"

DZRT - "I Don't Wanna Talk About It" 

Just Girls - "A Vida te Espera"

Pronto. Já chega de oversharing.