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Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Confissões de uma viciada

28.04.21, Lástima

*Imagina que estamos num círculo de cadeiras, prontos a desabafar sobre a vida*

Olá. Eu sou a Lástima. Estou aqui porque tenho um problema. Luto contra ele há muito tempo e, muito sinceramente, não vejo forma de o livrar de mim. Custou chegar a este ponto, mas já consigo admitir que é um obstáculo na minha vida e já se tornou um vício.

Claro que esta introdução poderia ser sobre qualquer vício grave e pouco absurdo como o álcool, as drogas, o açúcar ou as gorduras processadas. Só que não. O meu vício é o jogo. Mas, calma: não são jogos como o poker ou qualquer outro tipo de aposta. São aqueles de telemóvel que não lembram nem a Belzebu.

Candy Crush.jpg

Se poderiam ser jogos realmente graves e que me levassem à bancarrota? Pois claro. Mas eu não seria eu se não fosse viciada em Candy Crush, sudoku e solitário. Ah, e damas. Também jogo imenso damas online.

Podes rir. Eu sei que é completamente tolo. Até eu me acho ridícula. Não fosse o meu instinto falar mais alto, já teria as aplicações desinstaladas. Mas é tão mais forte que eu...

Sinto que sou uma idosa dos tempos modernos com esta adição. Da mesma forma que, antes da atual conjuntura, verias velhotes num banco de jardim a jogar damas ou dominó, também me podes encontrar no meu habitat natural a mandar cartadas de solitário online. (Até eu ao ler e escrever isto senti uma pontada de vergonha alheia).

Juro que não compreendo o que se passa no meu subconsciente. Podia preocupar-me com temas bem mais relevantes ou investir o meu tempo a ler, não estivessem as minhas inquietações relacionadas com as vidas que tenho no Candy Crush ou de que forma posso bater o meu record no Scorpion Solitaire.

Mas é um vício. O que é que se há de fazer? Eu não tenho estofo para largar os joguinhos. Uma coisa é certa: sei que não vou muito longe nesta jornada de viciada porque sou uma mão-de-vaca que se recusa a gastar o que quer que seja. Deus me livre. Só que as horas passam. E não são poucas.

Vício em Videojogos.png

Na verdade, sinto que estes joguinhos vão ser a causa da minha futura tendinite, não fosse também eu uma tentativa de Maya das doenças e já estivesse a antever esta fatalidade. Por isso, e enquanto não sofro nenhuma entorse, pergunto: sou mesmo a única com esta faceta estranha? Será que eu sempre fui assim ou foi o confinamento que me deu cabo do juízo? Melhor: em que nível estás no Candy Crush? Espero por ti nos comentários!

Cravo-te um "obrigada"

21.04.21, Lástima

Domingo celebra-se uma das datas mais importantes da História deste pequeno país, por muitos visto como uma península anexada a Espanha. Ponderei escrever todo um texto sobre a importância da liberdade e como não pode, nunca, ser travada pela ascensão de movimentos que tentam condicionar a forma como pensamos e censurar as nossas crenças. Mas acho que ainda não tenho aptidões para descrever como me sinto. Por isso, venho agradecer.

25 de abril de 1974.jfif

Agradecer a quem não se deixou vergar e lutou pelos nossos direitos.

Agradecer a quem preferiu sofrer para que no futuro nos possamos expressar.

Agradecer a quem decidiu colocar um cravo no lugar de uma bala.

Agradecer a quem não se cala, por muito que tentem calar.

Agredecer por tudo o que foi feito para nos deixar partilhar a nossa opinião, seja ela qual for.

Por tudo isto e muito mais. Obrigada.

 

Agora num ponto de vista mais egoísta, quero te agradecer. Sim, a ti. Por leres, por concordares, por discordares. Por tudo. Porque se não fosses tu, este meu espaço digital não seria a mesma coisa e eu não exerceria a minha liberdade de expressão com tanto gosto. 

Não há festa como esta

14.04.21, Lástima

Se calhar agora foi um bocado de clickbait. Peço desculpa. Foi o título que me deu na cabeça e pronto, calhou. Nem me lembrei das politiquices.

Acho que digo uma verdade universal quando afirmo com todo o meu pulmão (felizmente livre do bicho) que tenho saudades das festas. Sinto falta de abanar o esqueleto enquanto o DJ aumenta o som. E tenho ainda mais saudades das festas temáticas. Temos de admitir que uma festa vs. uma festa temática é um duelo em que a segunda ganha com uma grande margem de avanço. O dresscode, a decoração, a música... Aiiii, que bela vontade que só estas recordações me estão a dar! E com toda esta viagem aos tempos a.C. (antes da COVID), que mais parecem fazer parte de uma vida passada, aceitei o desafio de criar uma playlist com músicas dos anos 80/90. Juntando o útil ao agradável, fazemos aqui uma festa online, segura mas com muito boa música - espero eu, que se depois desta introdução tu afinal não gostares das minhas sugestões fico mal. 

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Um pequeno aviso: eu sei que o Michael Jackson é um ícone musical que devia fazer parte desta lista, mas eu desde miúda que tenho medo dele, de modos que vai ter de ser omitido daqui. Lamento imenso, mas os traumas de criança falaram mais alto.

BON JOVI - "LIVIN' ON A PRAYER"

Se é para começar, tem de ser em Bon (Jovi). Apesar de esta banda - e todas as outras, na verdade - ser mais velha que eu, recordo-me e bem de várias festinhas a abanar o capacete como se tivesse uma gadelha igual à do nosso Jon. Podia perceber zero de inglês, mas acredita quando te digo que sentia tudo o que ele queria dizer.

GUNS N' ROSES - "SWEET CHILD O'MINE"

Continuando na fase inicial da nossa festa online, enquanto ainda temos a pica toda, só podia seguir Guns N' Roses. Obviamente. Nem que seja para manter o catálogo de penteados invejáveis.

SURVIVOR - "EYE OF THE TIGER"

A endorfina está em altas. Sentimo-nos donos do mundo e que nada nem ninguém nos pode atormentar. E, por isso, a música a acompanhar o momento só podia ser esta.

QUEEN - "THE SHOW MUST GO ON"

Estavas a desconfiar e estranhar a falta de Queen aqui, não estavas? Não te apoquentes. Era impossível esquecer-me de um grupo tão marcante. Confesso que foi difícil escolher apenas uma música para esta playlist, mas é como eles dizem: o espetáculo tem de continuar.

CYNDI LAUPER - "GIRLS JUST WANNA HAVE FUN"

Pode ser uma aposta mal dada, mas eu vejo toda e qualquer pessoa a cantarolar e dançar esta música. Da diva mais divástica ao macho mais machão, basta por play na Cyndi Lauper e ninguém resiste. Não sei, é um palpite. E mesmo que esteja errada, ao menos criei uma imagem mental bem gira.

MC HAMMER - "U CAN'T TOUCH THIS"

Quão irónico é ter esta música numa festa onde, de momento, ninguém se pode andar a tocar? Acredito que tenhas saudades dos marmelos e amassos, mas este foi o momento institucional do texto - com uma pitada de ritmo.

WHITNEY HOUSTON - "I WANNA DANCE WITH SOMEBODY (WHO LOVES ME)"

E como as dores de pés ainda não chegaram, é aproveitar para dançar com aqueles passos aeróbicos que não lembram a ninguém.

ALPHAVILLE - "FOREVER YOUNG"

Saudades de te sentir intocável, imortal e que as noites de festa não deviam ter fim? É assim que esta música me faz sentir, e achei que faria sentido colocá-la na nossa festinha.

BRITNEY SPEARS - "BABY ONE MORE TIME"

Sim... Eu sei que esta música está mais perto dos anos 2000 que dos 90. Mas ainda conta. 

GOO GOO DOLLS - "IRIS"

Hora da balada! Festa não é festa sem o momento emotivo, seja pela música posta ou pela quantidade industrial de sangria que já se ingeriu.

BACKSTREET BOYS - "I WANT IT THAT WAY"

Se fores da geração Z, provavelmente só conheces esta versão. É muito boa, porém estou um pouco desiludida. Mas ainda és um pequeno feto, por isso não te posso julgar. Nesse caso, ensino-te a música originária desse excelente momento, agora numa versão melhorada. Backstreet Boys eram (e ainda são) "o" grupo. Sex symbols como vês, era isto com que as pessoas dos anos 90 se contentavam. Ainda não havia um Harry Styles a roubar o coração de toda a gente.

Já sei que faltam milhentos hits. Mas se eu os pusesse a todos ficaria sem caracteres. Por isso, agora conto contigo para me completares a playlist. Alinhas nesta festa online comigo?

 

Obs.: Este texto foi divertidíssimo de escrever e quero fazer um agradecimento especial ao @rodsramos pela excelente sugestão! Sei que és o mestre disto, por isso espero ter conseguido fazer jus ao teu bom gosto.

Big Brother: Duplo Impacto

os figurantes

07.04.21, Lástima

O Freddie Mercury disse que o programa tinha de continuar e eu cá continuei. Todos os protagonistas, para brilhar como deve de ser, também precisam da contracena de personagens menos significantes - o que não quer dizer, necessariamente, que elas sejam más. Apenas acabaram por não ter tanto destaque (ou então eu não o quero dar por diversos motivos). Vá, vou parar de arrastar a coisa e avanço já para a minha análise sobre a prestação dos que me restam.

ANUSKA

A entrada no programa não me fez muito sentido. Sendo o propósito deste jogo reunir ex-concorrentes dos vários reality shows da TVI, participar a irmã de uma deixou-me com um ponto de interrogação gigante (especialmente porque também não adorei toda a campanha que fazia a ser mazinha para outros concorrentes enquanto a Iury estava na sua casa).

Apesar disso, tenho pena que não tenha conseguido aproveitar a experiência como deve de ser. Além de entrar em campo com os "big dogs", ainda esteve aos amassos com o Hélder. Toda uma mistura de más decisões.

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SANDRINA

Esperava mais da Sandy Malhoa. Admito que não ia muito com a cara dela na edição 2020 - parecia uma personagem forçada meio bebé, meio diva e também meio cobrinha. Mas a sua alegria era inegável e proporcionou momentos divertidos e leves que contrastavam com a intensidade do programa. Infelizmente, neste Duplo Impacto a sua energia foi-se apagando com o tempo.

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JOANA DINIZ

A Joana Diniz é daquelas pessoas que eu sei que conheço, mas não me lembro de a ter visto na televisão (muito provavelmente porque em 2013 estava mais preocupada em fazer os meus TPC's de geografia ou algo do género). Tendo a ideia de que tinha um perfil espevitado, estava cheia de expectativas. Amei-a a partir do momento em que se sentou no confessionário e olhou para a Sandrina de alto a baixo com um belo revirar de olhos. Mas, à semelhança, da colega de dupla, deixou-se esmorecer - com o acréscimo de ter entrado em formas geométricas indesejadas.

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HELENA ISABEL

Por ter sido a "coitadinha" na sua Casa dos Segredos, fiquei feliz quando ganhou o prémio e até se me esbotou um sorriso quando a vi voltar ao pequeno ecrã. Isto quando não fazia ideia de que teria uma prestação tão pobrezinha.

Contudo, porém, não obstante, a dicas que mandou nas últimas galas em que esteve presente fez renascer por momentos a fã que tinha em mim.

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PEDRO SOÁ

Ele enerva-me. Mas deu excelentes memes nesta edição. 

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CLÁUDIO

A entrada do Cláudio foi estranha. Apareceu uma toranja na sala assim às três pancadas e eu fui daquelas que não estava a perceber o porquê de ter entrado.

Num ponto de vista menos parcial, mesmo que não simpatizasse com ele, vi que conseguiu ser um antagonista que iluminou ainda mais o Bruno (já que não teve grande propósito na casa, ao menos fez sobressair um dos meus favoritos - na altura). Posteriormente, e para mal dos meus pecados, o tempo fez questão de lhe dar razão sobre as acusações que fez durante a estadia. Uma nhaca, nhaca, nhaca.

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ANA CATHARINA

A passagem da Ana Cath foi curtinha, mas vê-la deixa-me sempre feliz.

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PEDRO FONSECA

Bem, este homem é louco. Além de um pica-miolos a todo o gás, também muda de opinião como quem muda de cuecas, peça de vestuário que fez questão de mencionar que não tinha quando foi ter com o Cláudio e a Teresa ao estúdio. Foi, no mínimo, perturbador.

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JÉSSICA NOGUEIRA

Desiludiu-me. Vinha com toda a garra para mostrar quem era e, como aconteceu na sua outra edição, deixou que a sua personalidade fosse definida pelo homem que acompanhava. Nunca vi uma Jéssica, apenas um apêndice. 

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GONÇALO QUINAZ

Não vou dar palco a manipuladores-cheios-de-ego-que-difamam-mas-se-fazem-de-vítimas. Apenas quero mencionar o facto de que ele já não é um jogador de futebol. Ele vende carros. Por favor, TVI. Se vão descrever o homem, façam-no com atualidade.

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RUI PEDRO

Não conseguiria dormir de consciência tranquila se gostasse minimamente do Rei Sol. À semelhança do compincha, não vou dar palco a agressores-manipuladores-machistas-cheios-de-ego.

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HÉLDER

É um sem noção. Nem vale a pena aprofundar.

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Bem, escrever este post foi duro. Já não me lembrava de metade dos concorrentes e tive de fazer uma longa pesquisa. Se tanto trabalho valeu a pena? Nem por isso. O programa já terminou e a vida segue, mas enfim. Apeteceu-me.

Antes de me ir embora, queria apenas fazer um reparo, válido para todos, sejam quais forem os concorrentes que mais gostemos: cuidado com os fanatismos. Estes programas conseguem ser bastante intensos mas, no fim do dia, não passam de segmentos de entretenimento. Por muito que não gostemos de concorrente X ou Y, as mensagens de ódio não resolvem nada. Essas pessoas vão continuar a ser as mesmas, apenas recebem ódio diário e gratuito. Temos todo o direito a comentar sobre um jogo público e quaisquer outras atitudes que vejamos e condenemos, mas é só isso. Não podemos deixar que o volume disto se expanda e condicione os nossos dias. Porque isto é apenas televisão.