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Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Eu, Lástima

Opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Amar, largar... e às vezes não voltar

04.07.23, Lástima

Como típica geração Z, recentemente aprendi algo no Instagram (só não digo TikTok porque já seria demais) que mudou a minha forma de ver a vida. Vá, a vida também não. Mas a família. Melhor: relações tóxicas familiares.

Estás a ver a expressão "blood is thicker than water", aquela que diz que os laços com os nossos parentes são mais importantes que tudo o resto? Pois, afinal não é bem assim. Na verdade, a expressão completa é "The blood of the covenant is thicker than the water of the womb", e reflete um pensamento completamente oposto. Para quem tem preguiça de ir ao tradutor, faço a vontade: os laços que crias ao longo da tua vida, isto é, a família que escolhes, são mais importantes do que os que te calham à nascença.

Parece-me uma conclusão um tanto ou quanto óbvia, porém pôs-me a pensar sobre a pressão que é colocada sobre as relações familiares e o facto de sermos constantemente incentivados a alegrar, orgulhar ou apenas cumprir os que os nossos pais, por exemplo, esperam de nós. Mas tipo.... e se apenas escolhermos fazer aquilo que nos faz feliz?

Sinto que o incumprimento dos sonhos de outrém é um entrave comum a muitos que, tal como deveriam, só querem amar, ser amados e viver numa utopia de felicidade sem julgamento. Um direito tão básico que já devia ser garantido, e ainda assim nos prova o contrário com uma sociedade que discrimina religião, etnia ou orientação sexual (sei que há bem mais preconceitos por aqui, mas sabemos que não existem caracteres suficientes para os numerar). E se viver numa sociedade com este traço ruim já é duro, o percurso torna-se ainda mais difícil quando nem dentro da nossa bolha estamos protegidos.

Faz-me alguma comichão ser confrontada com o facto de que a condição idílica do amor incondicional entre pais e filhos é facilmente rompida com o simples facto de uma das partes querer ser feliz com alguém que a respeite, trate bem e a faça sentir amada. Já deves ter percebido que sou uma romântica, e neste filme que é a vida gostava apenas que cada protagonista não tivesse um character arch tão doloroso, onde tem de escolher manter uma relação familiar socialmente imposta (por vezes não necessariamente a mais saudável) ou seguir em frente com uma pessoa nova e que lhe faz muito melhor. Não podemos ser como a Hannah Montana e ter o melhor dos dois mundos?