A Mãe Natureza não gosta de mim
Eu acho que não sou uma pessoa da cidade. Não lido bem com multidões, com o constante barulho nem com a pressa imparável - porque para stressada basto eu. Mas, com o desenrolar desta vida madrasta, tenho-me vindo a aperceber que também não sou uma pessoa de campo. Não é que não goste de estar em contacto com a natureza. A natureza é que não vai lá muito com a minha cara.
Achas que posso estar a exagerar? Então prepara-te. Senta-te bem confortavelmente onde quer que estejas e conhece alguns dos meus conflitos com a ecosfera.

AR
Se eu fosse um animal seria um pato - ele andam, nadam e voam. São um símbolo de liberdade a meu ver. Mas claramente que os seres com asas não têm tanta admiração por mim como eu tenho por eles.
A primeira história que tenho para te contar aconteceu quando eu era uma mini-Lástima na manhã do meu exame de economia. Se já não fosse um momento enervante (porque a querida queria entrar na faculdade antes de saber todo o caos que iria ser), ainda fui brindada com um pardal. Mas não era um pardal qualquer, de certeza - era um pardalito que ainda estava a tirar a carta de voo. Ora bem, estava eu mais ou menos confiante para o exame quando, do nada, aquela tentativa de ave de rapina surge do além e vai contra mim. Sem mais nem menos, fui atacada no braço esquerdo por uma poia voadora.

TERRA
Caso aquele súbito ataque não provou que os animais selvagens não gostam de mim, fica com mais um episódio. Este aconteceu depois de passar no exame de economia e ter entrado na faculdade. Para bem (ou mal) dos meus pecados, o instituto de ensino superior que me calhou na rifa situa-se na Ajuda - coisa que eu preciso. Era uma bela tarde de quase verão, estava um sol radiante e eu, inocentemente, ia para a paragem de autocarro. Estava a percorrer o caminho de sempre quando, no alto do Pólo Universitário da Ajuda, havia uma criança de 14 anos, sensivelmente, a dar aulas de equitação a um homem de 40. "Mais um dia...", pensei eu, sem ter noção que, poucos segundos depois, o homem ia perder o controlo ao bicho e ele vinha a correr na minha direção, pronto para me dar uma marrada.
O que é que eu fiz? Nada. Fiquei tão confusa com tudo que me limitei a ficar em pé à espera que a pata do cavalo fosse parar à minha testa. Felizmente a rapariga fez um truque qualquer e deu conta da situação, senão o meu caso seria tema de abertura na CMTV (e ninguém quer ver isso).
No fundo, tenho vindo a concluir que a Mãe Natureza é aquela sogra chata que faz de tudo para que a tua vida seja um inferno. Mas não posso ser a única nora sofrida que anda por aqui. Também já passaste por algum episódio do género ou só eu é que fui amaldiçoada pelos deuses do meio ambiente? Diz-me o que pensas nos comentários ou no nosso Instagram que eu fico à espera para saber as tuas histórias.
