A Natércia até sabe o que diz
Pois é. Estamos em plena época balnear. Ai o quanto gosto desta altura! De passar o dia de papo para o ar enquanto me bronzeio e mergulhar na água fresca daquelas praias desertas que só eu sei... Esta altura é a melhor para a minha paz de espírito. Se durante o ano eu sou a encarnação do stress, assim que coloco os pés na areia todos os demónios abandonam o meu corpo. E por gostar tanto de praia é que não percebo o desgosto que algumas pessoas têm com ela. Por isso, hoje fiquei com vontade de falar de um sítio que tanto amo mas que não tem só coisas boas.

Ir à praia é sinónimo de calor e tempo livre, simbolizando o Verão Azul que todos merecemos e sonhamos ter - pelo menos era o que eu achava até perceber que há pessoal que prefere trocar toda esta felicidade por dias escuros a olhar para um ecrã. Não tenho nada contra a introversão, mas quem é que não haveria de gostar de andar nas dunas, com os óculos de sol e o bikini às bolinhas amarelas na praia do Sol da Caparica? (Sim, dei o meu melhor para incluir o máximo de hits portugueses sobre praia. Se foi cringe? Talvez. Mas sou uma lástima, tens de me dar o desconto).
Todo o mix de mar, areia, sol, calor, bronze, paisagem e bolas de Berlim preenche-me o coração - e as artérias, porque o doce de ovo com cobertura de açúcar faz questão de contribuir para o aumento do meu índice glicémico. Mas também consigo ver que nem tudo é um mar de rosas.
PESSOAS
Como te já tinha contado num outro post, eu não gosto de multidões. E um dos problemas de tanta gente gostar de praia é esse mesmo. Como um ilustre compatriota outrora afirmou, as praias costumam estar "(...) mesmo à pinha, [há] muita gente e há sempre o risco de, ao esticar a mão, colocá-la no seio da vizinha".
AREIA
Okay, eu sei que há pouco incluí a areia no meu mix de coisas boas da praia. Mas tenho de admitir que ela pode ser traiçoeira - de várias formas, até. A manha mais dolorosa que a areia pode ter é mesmo a sua fervura. Eu adoro a sensação dos grãos de areia nos pés (yup, reparei que isto foi demasiado gráfico), mas quando bate o sol das duas da tarde e eles se decidem transformar numa placa de indução eu contorço-me toda. Se me quiser bronzear, tenho de estar de pernas levantadas como se fosse fazer yoga ou estivesse a treinar ginástica olímpica.
E se não fosse suficiente dar uma queimadura nos pés, a areia também é carente. Só pode. É que vai contigo para todo o lado - não dá para sair da praia sem levar 5kg de recuerdo para decorar o carro ou ficar colado na roupa.

BRONZES FALHADOS
A Natércia Barreto pode chorar por ver o namorado com outra (e se não percebeste a referência é porque andas a ignorar as pérolas musicais que te dei neste texto), mas eu choro quando fico com aquele bronze à surfista que mais parece que a minha cabeça pertence a outro corpo. Ou quando espalho mal o protetor e fico com forminhas na pele. Pior: quando adormeço com o braço em cima de mim e acordo com uma marca branca toda deformada na barriga. Eu vou à praia para tentar ser uma deusa de bronze, não uma imitação da mulher-lata enferrujada.
Acho que com toda esta reflexão consegui perceber o porquê de algumas pessoas não gostarem de praia. Claro que, por mais que as desvantagens existam, eu nunca irei suprimir a vertente sereia que tenho em mim, mas talvez as pessoas anti-praia não sejam os aliens que eu pensava no início. Agora diz-me de tua justiça: és amante ou odios@ de praia? Espero por ti nos comentários!
