Ai, que vamos abrir o baú de memórias
Sei que ainda sou um rebento quando olho para a reta da vida. Não passo de uma pita nascida em 1999 com a mania que sabe o que está a fazer. Talvez por isso, achei giro celebrar o Dia da Criança com algumas recordações e clichês da minha infância (que terminou ontem, para aí).
Aviso de antemão que a minha memória é frouxa e é mais que garantido que me esqueça de elementos super marcantes do final dos anos '90/início de 2000. E é aqui que conto contigo para me ajudares nesta lista e contares o que mais marcou a tua infância, independentemente da altura em que tenha acontecido. Pront@ para passear pelas ruas da nostalgia?
"Aperta bem o cinto e entra na viagem, neste mundo alucinado onde tudo é miragem" (não resisti a por aqui uma citação marota de D'ZRT. Pareceu-me adequado).
BRINQUEDOS
Quando não estava a jogar à apanhada-corrente ou manteiga derretida, às escondidas ou ao gavião, entretinha-me com bonecada. E o primeiro brinquedo que me ocorre quando penso nestes tempos etéreos é o Tamagotchi. Podia ser por bons motivos, mas a verdade é que foi com ele que soube logo que não seria boa mãe; estava sempre a matar o pobre coitado do bicho...
De resto, lembro-me dos pega-monstros (ou, como eu gosto de chamar, "coisas ranhosas que têm de sair da minha frente asap antes que alguém leve com elas na testa"), os brindes do Shin Chan que saíam no Bollycao e - deixando o melhor para o fim - as Littlest Pet Shop. Não tinham a maior das utilidades, mas a fofura era tanta que ainda hoje mantenho a minha coleção.
Voltando a brincadeiras mais tecnológicas, destaco a Nintendo DS. Muitas foram as horas a jogar tudo quanto era Super Mario e companhia, ou aquela jogatana em que se dava banho a um cão.
MÚSICA
Não sei se tenho coragem de revelar tudo o que ouvia enquanto miúda que tentava parecer fixe. Por isso, digo apenas que tinha um MP3 da Hello Kitty que mais parecia ser o meu apêndice. E nele tocavam artistas como o Avô Cantigas e a Bebé Lily, pois claro. "Está lá, quero falar com o meu papá" era pura poesia. Além disso, não poderia ignorar dois grandes ícones como o Ursinho Gummy e o Crazy Frog. Sobre CD's físicos, ouvia imenso o "Molli Beat", com um gosto particular pela música Chihuahua.
Falando agora de bandas mais sérias, revelo que eu era doida pelos Maroon 5. Houve a "Bieber Fever" e a loucura com os One Direction, e eu nunca me rendi. Já com o Adam Levine... Jesus! Depois, como gaiata fã de novelas desde sempre, é claro que ouvia todas as bandas que saíam dos "Morangos com Açúcar". Just Girls, 4Taste, DZR'T eram o pão nosso de cada dia.
LIVROS E REVISTAS
Gostava de manter os hábitos de leitura que tinha quando era garota. Papava livros como ninguém. As obras que mais lia eram os clássicos "Uma Aventura", "Diário de um Banana" e semelhantes, mais tudo o que era da Alice Vieira ou da Maria Teresa Maia Gonzalez. Quem é que se esquece d'"A Lua de Joana" ou d'"O Guarda da Praia"? (Eram os meus favoritos).
Passando agora para o universo das revistas, será escusado mencionar a "100% Jovem" e a "Bravo", não é? Além de serem as causadoras das paredes do meu quarto estarem revestidas de pósteres, ainda presenteavam as suas leitoras com bugigangas pirosíssimas (que eu, pelo menos, achava lindérrimas), bem como entrevistas dignas de prémio a figuras marcantes da ficção, como o Rui Porto Nunes ou o Sisley Dias.
FILMES
Afirmar que era uma ávida consumidora de filmes da Disney é muito óbvio. Por isso, vou mas é avançar com o conteúdo que gostava ainda mais de ver: todos os bonecos e mais alguns da Warner Bros. Se tiver de escolher, lamento informar, fico do lado do Bugs Bunny e companhia.
Tecnicamente já não sou desse tempo, mas crescer na casa da avó traz memórias como ver filmes em cassetes (ouvir música também, mas eram mais coisas da igreja e prefiro esquecer essa parte). Da "Pipi Meias-Altas" a tantos outros clássicos, aqui a amiga viu tudo. Claro que não era uma info-excluída e também via filmes em DVD, nomeadamente coisas como "Recordes da Bicharada" e "Tweenies". E ficava extremamente apoquentada quando, nos momentos de pausa, o símbolo do DVD (que andava a circular pelo ecrã) não encaixava na ponta. Um tormento.
SÉRIES
Mantendo o segmento sobre entretenimento infantil, era impossível deixar de parte os "Teletubbies", um programa que eu amava e agora, olhando para trás, concluo que era muito bizarro. Via também "Rua Sésamo", "Egas e Becas", "Os Marretas", "Batatoon", "Sítio do Picapau Amarelo", "Ilha das Cores"... e tantos outros que a minha memória não lembra de momento.
Quando passei para a fase de querer ser uma criança cool e a par das tendências, via "Morangos com Açúcar", "Floribella" e "Chiquititas".
DESENHOS ANIMADOS
Por fim, e porque criançada não é criançada sem ver carradas de desenhos animados, faço um breve destaque dos meus favoritos.
Como já referi, adoro tudo o que seja da Warner Bros. Seja "Tom & Jerry", os desaguisados do Tweety com o Silvestre, o Bugs Bunny, o Daffy Duck, o Bip-bip e Coyote... a lista é interminável. Depois, também era bastante fã do Cartoon Network, canal que ainda apanhei em inglês. As "Powerpuff Girls", o "Dexter", o "Courage, the cowardly dog" são só exemplos da imensidão de felicidade que me dava. Via também muito Nickelodeon, onde me ficaram no coração programas como "Spongebob Squarepants", "Padrinhos Mágicos", "CatDog" e "All Grown Up".
Mas como a vida não é feita de televisão por cabo, uma fofinha também via muita RTP 2, especialmente a hora do "Zig Zag".
MENÇÃO HONROSA
Achavas mesmo que me ia esquecer das cantilenas que fazíamos com os amiguinhos? Da velha que matou o gato com a ponta do seu sapato à do "namorados, primos e casados", muita era a excentricidade que se cantava.
Não sei quanto a ti, mas já me caiu uma pequena lágrima no canto do olho pela nostalgia que senti ao escrever este texto. Só de pensar no tempo que passou, sinto-me uma idosa prestes a entrar no centro de dia. Bem, se calhar são só as minhas dores nas cruzes e exagero natural a falar mais alto.