Furar ou não furar: a grande questão
Olá, meu pastelinho de bacalhau lastimoso! Como estás? Espero que bem e a postos para aturar o que vem aí. Porque uma coisa é certa: posso deixar de ser tão regular aqui na blogosfera, mas quando venho é para trazer temas absurdos e reflexões inusitadas. Nada de novo, portanto. E como já manda a tradição, trago um dilema para desabafar contigo.
Ora cá vai: quero (e hei-de) fazer um piercing. Na cara.
Pronto, eu sei que não parece um problema assim tão grande nem que mereça tirar o sonho a alguém. Sou só mais uma jovem que quer viver a fase da loucura e marcá-la nas trombas com uma bola de metal. Mais uma vez, não é nada de novo e possivelmente estás a pensar "Então faz. Tens dinheiro? Tens tempo? Fura-me essa cara toda". E estás a pensar muitíssimo bem.
Contudo, como overthinker que sou, encontrei um obstáculo que me impede de tomar a decisão tão impulsivamente quanto gostaria - a vida laboral. Algo me diz que buracos na cara não estão previstos na nova tendência outono/inverno, e eu tenho receio que esta escolha pessoal afete a perceção que têm de mim no mundo profissional. Se este não é o arquétipo da geração Z, então não sei o que é.
Enquanto parte de mim sabe que o meu aspeto nada tem a ver com as minhas aptidões, também sei que não é assim que a sociedade funciona - e, de momento, ainda estou numa posição de fantoche do capitalismo. O que não me dá a maior das margens de manobra.
Por outro lado (e para alimentar esta conversa em círculo), tenho a sorte de trabalhar num ramo mais criativo, onde, assumo, é ligeiramente mais aceitável ter um aspeto menos composto e pimpão. E é nesta casualidade que me pergunto sobre onde está a linha que separa um look coloquial de um completamente fora do tom da empresa. Aliás, neste seguimento coloco também outra questão: em que medida (se é que existe sequer alguma) devo reger certos comportamentos em prol da entidade que represento no horário útil? As minhas mudanças de visual, agora que trabalho, devem ser pensadas em função da minha atividade ou devo desprender-me disso uma vez que eu não sou a minha profissão?
O que é que eu faço? Cumpro o meu desejo e arrisco ou mantenho-me na previsibilidade e deixo estar?
Se calhar estou a pensar demasiado. Conteúdo inédito neste blog.