Ho, Ho, Hora de falar do Natal
Está oficialmente aberta a época natalícia! Chegou a altura das festas, das decorações, das luzes, das músicas e de todo o ambiente mais feliz que se vive quando se aproxima a entrada do Pai Natal nas nossas chaminés. Mas lástima que se preze tem de realçar a sua veia Grinch: o Natal é muito giro, é verdade, mas há coisas tão datadas que não interessam nem ao menino Jesus.
Ignorando a atual conjuntura mundial (senão uma pessoa só fica com vontade de ir para um canto do quarto chorar em posição fetal), relembremos alguns dos episódios menos agradáveis desta quadra.
MAIS UM ANO COM O MENINO KEVIN
O primeiro clichê que me vem à memória já faz parte das tardes da SIC durante todo o mês de dezembro: o franchise "Sozinho em Casa". É que é sempre a mesma coisa todos os santíssimos anos! Sim, o filme é girito e serve para passar o tempo, mas já cansa ter de ver a mesma narrativa consecutivamente. Não sei se já fizeste as contas, mas o primeiro filme faz três décadas em 2020. E sabes o que é que isso significa? Significa que é mais provável teres visto a cara de um pequeno Macaulay Culkin no teu ecrã do que o rosto da tua tia-avó Germínia que mora no Algarve.
Aliás (e para ser um pouquinho venenosa): serei a única que não gosta deste filme? Pode parecer insensível da minha parte e tirar toda a magia natalícia da película, mas a história apenas relata a negligência daqueles pais e, por isso, não consigo compreender o que de mágico possa ter. Claro que tem a sua piada ver a criança a fazer patifarias aos vilões, só que esse cenário poderia ter sido facilmente evitado se os senhores McCallister tivessem alguma consideração pelo miúdo. Eu posso ser esquecida, mas duvido que fosse capaz de viajar e não dar conta da ausência de um filho meu.
PRAGAS MUSICAIS
Penso que o título consegue ser auto-explicativo e que o que tenho a acrescentar é consensual: as músicas natalícias são irritantes que se farta. Mas completamente irresistíveis.
É que não dá mesmo para não vibrar quando surge um "All I Want For Christmas Is You". Até a voz mais cana rachada não resiste aos encantos da Mariah Carey e lá se mete a cantar com ela. Por isso mesmo, trago-te uma mini playlist de músicas natalícias para estares no carro a cantarolar e inalar energias positivas.
FAMÍLIA NÃO TÃO QUERIDA
A família é um tópico delicado, contudo há que admitir que nesta quadra existem alguns cenários que ajudam na ruína do bom ambiente. Penso que o mais óbvio é a obrigatoriedade de haver uma refeição entre os dias 24 e 26 de dezembro com familiares que nunca vemos. Ora, estar com primos, tios e tudo mais com quem raramente estamos consegue ser giro, exceto quando somos alvo de um interrogatório policial acerca da nossa vida amorosa (que custa particularmente quando estamos solteir@s há 700 anos) ou temos de conversar com aquela tia especialista em assassinar a nossa autoestima.
Além disso, mesmo que não existam crianças no seio familiar, há sempre aquele primo afastado que acha um piadão mascarar-se de Pai Natal em nome dos "bons velhos tempos" em que éramos fetos que reparavam que aquela máscara era tudo menos credível.
Por fim, estar com a família exige toda uma chiqueza desnecessária. Para mim, um bom Natal inclui passar o dia de pijama e enrolada em mantas, de forma que não me faz sentido ter de aperaltar para ir do quarto para sala nem da sala para a cozinha. Porém, já vi que este ano o meu problema estará resolvido - agora que a Vanessa Martins lançou a sua linha de pijamas de 70 euros, deixarei de ser uma lástima desleixada que veste unicórnios para ir comer bacalhau e passarei a ter um look de noite digno de passerelle. Nunca um sono de beleza foi levado tão a sério.
O BOLO QUE NÃO DEVERIA SER REI
Para terminar, quero que me admitas uma coisa. Tu gostas de bolo-rei? Comes aquilo inteiro e com gosto ou és daqueles que tem de tirar as passas e/ou a fruta cristalizada porque, caso contrário, aquilo fica intragável? Podes confessar, eu não te julgo. É que eu não conheço ninguém que goste mesmo daquilo e, ainda assim, faz parte do menu natalício de todos nós.
Juro que não compreendo. É que aquilo não sabe bem. Quer dizer, não sabe a nada. Existir ou não existir é completamente redundante, especialmente agora que deixou de ser um atentado à saúde dentária porque alguém com dois dedos de testa percebeu que esconder ferros em bolos não era a melhor das ideias.
E é isto que eu tenho para te contar esta semana. Concordas que alguns destes episódios (ou todos, se quiseres ser generos@) têm de ser dizimados ou achas que não são assim tão maus e que até tornam a tradição um pouco mais especial? Espero por ti na caixa dos comentários para saber a tua opinião! Boas Festas!