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Eu, Lástima

Rastos de opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Eu, Lástima

Rastos de opiniões, histórias e desabafos de uma lástima ambulante.

Mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades

06.01.21, Lástima

Quero começar este novo ano com a esperança de que consiga ser tudo o que 2020 não foi. E, por acreditar muito na magia do agoiro, fiz parte do conjunto de pessoas que recorre a superstições para tentar abençoar os tempos que aí vêm. Mais vale prevenir que remediar, não é mesmo? 

Por esse motivo, venho relembrar-te algumas tradições para a passagem de ano aqui nas nossas redondezas ocidentais que não podem ter falhado agora nas entradas de 2021. Considera isto uma espécie de "check list".

MANTRAS CLICHÊ

Passagem de ano não é passagem de ano sem a típica frase "Novo Ano, Novo Eu". Ora, eu quis seguir a tradição aqui no blog e, por isso mesmo, a tua lástima favorita vai mostrar a sua cara. Ou melhor, as suas novas caras.

Eu, Lástima.jpgEu, Lástima (1).jpg

Eu sei. Sou adorável, não sou? Nada disto seria possível sem a minha ilustradora favorita, a @marie_did_nothing_wrong. Ela merece todo o carinho do mundo e, caso também queiras um desenho maravilhoso como este para ti, envia-lhe mensagem e prepara-te para ficar boquiabert@ com o seu incrível talento! (Este até podia ser um post patrocinado, mas a Mary é mesmo minha amiga e eu acho que vai demorar muito tempo para que eu me torne uma blogueirinha famosa - sendo até o mais provável que nem aconteça.)

Ainda no que toca a tarefas clichê que marcam a entrada no novo ano, há que referir a criação de uma lista de objetivos a alcançar agora que somos pessoas completamente diferentes e renovadas. Isto é tudo muito bonito, é verdade, não fosse o facto de essas metas serem sempre as mesmas. "Vou fazer mais exercício físico agora no novo ano". "Vou começar a comer melhor". "Este ano quero ler mais". "Vou tentar estar menos dependente do telefone e das redes sociais". "Em 2021 quero ser uma pessoa mais poupadinha". E que tal "vou inovar nos meus objetivos anuais"?

12 MESES. 12 DESEJOS. 12 PASSAS

Este ritual aqui custa-me. É que eu detesto passas. Não entendo quem é que acha saboroso comer aquela coisa desidratada e insípida. Era bem mais fácil que fossem 12 do outro tipo de passas, mas já estou a ver que o ano iria começar com muito nevoeiro.

LINGERIE SORTUDA

E quem é que não se lembra da bela da cuequinha azul para louvar a entrada no novo ano? Pois bem, segundo a minha análise semiótica, o azul representa a paz, o amor, a bondade, a harmonia. Tudo aspetos que devem ser enaltecidos. Mas não acredito lá muito que homenagear os bons valores através da cor da ceroula seja o ideal para atrair bons presságios. É que isso significa, por exemplo, que todos os vilões e malfeitores apenas usam cuecas pretas (por representarem o mal) e não têm a liberdade de ter um boxer com bonecos como os restantes comuns mortais. Parece-me injusto.

ESCALAR OU FAZER A DANÇA DOS LOUCOS

Também existe a tradição de subir a um ponto alto para dar sorte. Mas essa subida não pode ser feita às três pancadas. Tem de ser obrigatoriamente com o pé direito e com uma nota na mão, caso contrário não surte o efeito desejado. Por outro lado, é possível obter o mesmo resultado se dermos, à meia-noite, três saltos ao pé coxinho (com o pé direito, obviamente), com um copo de champanhe na mão e a dançar ao ar livre em torno de uma árvore. Eu nem sei o que pensar... Só sinto pena dos canhotos.

TOCAR BATERIA COM TACHOS E PANELAS

Pois. Como não era suficiente haver gritos, música aos altos berros e tímpanos furados com o fogo-de-artifício, também há quem acredite que fazer barulho com loiças e panelas seja uma boa ideia para abençoar a entrada do novo ano. Nem sei bem o que acrescentar quanto a isto, por isso relembro apenas o que me veio à cabeça mal soube desta tradição.

Se fiquei com uma enxaqueca por ter feito isto na passagem de ano? Fiquei. Mas há sacrifícios que têm de ser feitos.

CORRENTES DE AR E SUBIDAS NA FATURA DA LUZ

Há quem goste de começar o ano com frio e a ter de dar mais dinheiro à EDP do que queria. Não entendo bem porquê, mas existe o ritual de abrir todas as portas e janelas de casa (talvez para o azar do ano anterior se ir embora?) e acender todas as luzes. Esta tradição magoa-me particularmente. É que eu sou forreta que dói e só de pensar em consumir mais energia que a necessária já fico enervada.

E é isto. Foi assim que decidi dar-te as boas-vindas ao novo ano aqui neste espacito só nosso. Espero que te tenhas entretido de alguma forma e que tenhas cumprido pelo menos algumas destas macumbas - não queremos que 2021 seja a sequela trágica de 2020. Sente-te à vontade para comentar no sítio do costume que eu lá estarei para te ler e responder. Posso contar contigo?

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