Tatuar não é estragar
Quero já dizer que quem é contra tatuagens tem demasiado tempo livre. Sim, eu sei que entrei a matar, mas se há coisa que não entendo é o preconceito (no geral) e esta semana quero falar dos anti-tattoos.
Claro que eu poderia fazer este texto em nome de qualquer outra minoria, mas sinto que ainda não tenho capacidade de escrita suficiente para expor a minha opinião sobre discriminação e não quero expressar algo que possa ser mal interpretado. Por isso, decidi falar de tatuagens, uma das coisas mais parvas para se ser "anti", e debruçar-me sobre os argumentos mais usados por quem, por algum motivo, olha para tatuagens alheias e sente que tem de opinar.
"OLHA QUE ISSO É PARA SEMPRE"
Eu sei. Quem tatua ou é tatuado sabe (pelo menos deveria saber). Aliás, é o suposto. Ou é preferível ter aqueles restos de tinta meio manhosos que a pequenada tem quando coloca os autocolantes do Bollycao? Okay, eu consigo perceber que há pessoal inconsequente e que se "esquece" que aquilo é para sempre (ou até ter a coragem e o dinheiro necessários para a poder remover), mas eu sou apologista do "My body. My choice", pelo que não faz sentido alertar para algo que deve resultar apenas numa escolha individual.
"E quando evelheceres, como é que vai ser?" A esta pergunta eu respondo bem fácil. Quando envelhecer, serei uma velhota badass com alto cenário. Tão simples quanto isto.
"TATUAR O CORPO É PECADO, É COISA DO DEMÓNIO"
Eu fui pesquisar e não é tanto assim. Aqui a tua amiga esteve a ver algumas coisitas sobre religião e tatuar não é o bicho pecador que tantos pregam. (Prepara-te para um pausa neste texto absurdo para um momento didático):
Igreja Católica
Todos os não crentes já sabem que a Igreja Católica consegue ultrapassar os limites do razoável - e todos sabemos que há muuuita coisa a apontar a esta doutrina. Inicialmente não permitia a prática de tatuagens, como provado neste versículo (coisa que eu nunca pensei colocar num texto meu):
Levíticos 19, 28: “Não façam cortes no corpo por causa dos mortos nem tatuagens em vocês mesmos. Eu sou o Senhor”
Pelo que percebi, existiam práticas pagãs que envolviam o contacto com o mundo dos mortos e as tatuagens provavam isso (sendo esta uma crença super credível, claro). Contudo, porém, não obstante, hoje as tatuagens já são permitidas, havendo até imensas passagens bíblicas tatuadas em vários comuns mortais - maioritariamente concorrentes de reality shows.
"QUEM TEM TATUAGENS É UM REBELDE, UM CRIMINOSO"
Hmmmm... Não necessariamente. De todos, acho que este é o argumento que menos percebo. Claro que existem criminosos tatuados, mas qual é a lógica por detrás desta forma de pensar? A agulha que está a pintar o girassol no meu pulso chama-se "Amarelo Maléfico" e pode mudar o meu caráter? Alguém que me esclareça isso, porque eu queria tatuar-me para a semana mas não quero passar a ser a Cruella de Vil.
Acho que é isto que tenho a escrever sobre este assunto. Nem sei sequer como o posso concluir. Faz-me confusão pensar que, em pleno século XXI, existem pessoas discriminadas por quaisquer que sejam os motivos e que isso influencie a forma como são tratadas na sociedade. Mas eu não quero ser a única a dizer o que penso. Dá-me a tua opinião aqui em baixo ou no nosso Instagram que eu estarei à tua espera para podermos conversar!